O adeus dos comboios Avlo entre Madri e Barcelona encarece um 40% os bilhetes

Este encarecimiento reabre o debate sobre a necessidade de manter ofertas acessíveis para garantir que o caminho-de-ferro seja uma opção atraente em frente ao avião e o carro

Un tren Avlo, cuya ruta Madrid y Barcelona se ha eliminado   RENFE   EP
Un tren Avlo, cuya ruta Madrid y Barcelona se ha eliminado RENFE EP

A eliminação dos serviços dos comboios Avlo na linha que liga Madri e Barcelona tem tido um forte impacto no bolso dos viajantes: o preço dos bilhetes disparou-se um 40% durante este setembro com respeito ao ano anterior, segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pela plataforma Trainline.

O estudo analisa as consequências da decisão de Renfe de substituir os trajectos de baixo custo de Avlo por serviços de AVE, pese a que o operador ferroviário assegurou em seu momento que a mudança fá-se-ia "com as mesmas frequências, horários e preços competitivos".

Barcelona, porta primeiramente ao sul de Europa

Para além do encarecimiento dos bilhetes, o relatório situa a Barcelona como um nó estratégico do transporte ferroviário europeu. Nos últimos meses, a cidade consolidou-se como uma das principais portas primeiramente ao sul do continente, com um notável aumento da demanda tanto nacional como internacional.

Un Avlo, el tren 'low cost' de alta velocidad de Renfe / RENFE
Um Avlo, o comboio 'low cost' de alta velocidade de Renfe / RENFE

Entre os destinos com maior crescimento desde Barcelona destacam:

  • Lyon (+118%)
  • Sevilla (+113%)
  • Valencia (+90%)

No âmbito internacional, cidades como Paris (+38%) e Narbona (+6%) também registaram um forte repunte.

Um golpe para os viajantes de baixo custo

O fluxo de passageiros para a capital catalã também mostra cifras em alça. Segundo o relatório de Trainline, Sevilla (+164%) e Valencia (+81%) lideram o crescimento nacional, enquanto nas conexões internacionais sobresalen Lyon (+49%), Paris (+32%) e Narbona (+21%).

O desaparecimento dos comboios Avlo na rota mais demandada do país deixa aos viajantes sem uma alternativa de baixo custo, num contexto no que a demanda não deixa de crescer. O encarecimiento de 40% reabre o debate sobre a necessidade de manter ofertas acessíveis e competitivas para garantir que o comboio segua sendo uma opção atraente em frente ao avião e o veículo privado.