Laberinto de atrasos e desinformación com AllZone: marean a devolução de 640 euros
A companhia, um suspeito habitual, reconhece que o prazo máximo para efectuar o reembolso é de 14 dias, mas costuma dilatar este período amplamente

AllZone é uma loja on-line que vende uma ampla variedade de produtos de eletrónica, como smartphones, tablets e computadores, além de electrodomésticos e artigos para o lar. Apresenta-se a si mesma como uma plataforma que oferece produtos 100% originais com garantia e as melhores ofertas do mercado, mas, tal e como tem publicado este meio em diversas ocasiões, tem uma credibilidade questionável.
Os clientes descontentamentos são legión, e um dos últimos em somar à lista tem sido Álvaro Revolta. O passado 20 de junho, este consumidor comprou nesta loja um iPhone pelo que pagou 640 euros. Desde então tem-se adentrado num laberinto de correios, explicações vãs e esperas intermináveis.
Prazos de AllZone
Passada uma semana, o iPhone ainda não lhe tinha chegado, de modo que escreveu à empresa perguntando que sucedia. A inquietude é compreensível, mas o verdadeiro é que AllZone se cura em saúde e em sua página site oferece os seguintes prazos:
- O pedido passará a estado "Pago Aceitado" uma vez seja confirmado o pagamento. Estado no que permanecerá, até que comece a ser gerido em nossos armazéns.
- No prazo de 24-48 horas passará a "Preparação em Processo", onde pode permanecer vários dias.
- Uma vez saia de armazém a partilha alterará para estado "Enviado" e o pedido entregar-se-á no prazo de 24-72 horas hábeis.

Nessa inconcreción de "vários dias" cabe todo o desespero do cliente. Assim, AllZone respondeu a Revolta que não tinha estoque desse produto e que a chegada de seu pedido atrasar-se-ia até o 21 de julho.
"Sujeitos a demoras"
A mensagem que AllZone enviou a este consumidor resulta revelador, já que, de novo, se ampara na indeterminación.
"Informamos-te que os produtos multimédia estão sujeitos a demoras devido a sua alta demanda e particularidades de distribuição. Por esta razão, o processo logístico gere-se seguindo a ordem primeiramente dos pedidos", alegou a companhia. Agora bem, se estes matizes se tivessem exposto claramente no momento da compra, quiçá Revolta teria optado por adquirir o artigo em outro lugar.

"É dificilísimo que apanhem o telefone"
Molesto, decidiu anular o pedido através do site o passado 1 de julho. "Aí começou minha guerra com eles. É dificilísimo que apanhem o telefone, e quando o apanham sempre contestam o mesmo, que têm atrasos no departamento, que se está a gerir, que escalam o caso, etc, etc, etc", narra. Com tudo, indica que uma trabalhadora de atenção ao cliente lhe assegurou que receberia seu reembolso o 5 de setembro, pelo que se pode afirmar que AllZone, directamente, tem mentido.
O 26 de setembro AllZone continuava sem devolver seu dinheiro, "ultrapassando todos os prazos legais".
Prazo máximo de 14 dias
Ao respeito, a empresa indica em sua página site que, se o cliente pede a devolução por transferência bancária regular, transferência bancária PSD2, pagamento com cartão ou pagamento financiado (Sequra, Cetelem), o tempo estimado para a gestão da cancelamento é de 48 a 96 horas.

A informação parece contraditória: AllZone diz claramente que, ao todo, existe "um plaço máximo de 14 dias naturais desde que se confirma a cancelamento do pedido", mas depois agrega que "as entidades financeiras podem demorar entre 7 e 10 dias hábeis em finalizar a gestão do reembolso. Estes prazos estão fora de nosso controle".
O padrão repete-se
O caso de Revolta é similar ao de outros muitos consumidores. Por isso, convém apontar que o problema com AllZone não arraiga numas más gestões pontuas, sina num padrão de queixas sistémicas. Tanto é de modo que entidades como a OCU têm denunciado ante Consumo a AllZone por atrasos na entrega de produtos e reembolsos.
Consumidor Global tem perguntado à companhia por este caso, mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.