Entradium, a plataforma que cobra um "seguro Covid" nas entradas 5 anos após a pandemia
A Facua denuncia a inclusão de uma taxa abusiva nos bilhetes para um festival de magia em Valladolid.

Apesar de que a emergência sanitária pelo Covid-19 ficou atrás há já cinco anos, a plataforma de venda de entradas Entradium continua a incluir nos seus tickets um "Seguro de não comparência Covid".
Esta taxa, dde 0,28 euros foi aplicada aos bilhetes para o 6º Festival Valladolid-Magia de Cerca, realizado em 7 de fevereiro de 2025, sem ser claramente discriminada nem oferecer a possibilidade de a recusar.
A denúncia da Facua
A raiz desta prática, Facua apresentou uma denúncia junto da Direcção Geral de Comércio e Consumo da Junta de Castilla e Leão contra Crocantickets SL, empresa responsável da Entradium.

A associação considera que, embora se trate de uma sobretaxa acessível, é abusiva, uma vez que se refere a uma doença cuja incidência é atualmente residual e, além disso, é imposta ao consumidor sem o seu consentimento expresso.
O que diz a lei
A Facua argumenta que esta prática viola o artigo 97.º do Real Decreto Legislativo 1/2007, que exige que os empresários informem claramente sobre o preço total dos bens ou serviços, incluindo todos os encargos adicionais. A Facua recorda ainda que o artigo 89.º da mesma lei qualifica como abusiva a imposição de serviços adicionais não solicitados.
A associação recorda ainda que, de acordo com a Lei 2/2015 do Estatuto do Consumidor de Castela e Leão, a inclusão de cláusulas abusivas nos contratos ou na oferta de serviços constitui uma infração administrativa menor, a menos que se enquadre em categorias mais graves estabelecidas pela legislação estatal.
Os direitos dos consumidores
A Facua solicitou, por conseguinte, a abertura de um processo disciplinar contra a Crocantickets SL e incentiva os utilizadores que detectem acusações semelhantes noutros eventos a comunicá-las à Facua, para que esta possa tomar as medidas necessárias para defender os seus direitos.
Este não é um caso isolado e é necessário pôr termo às práticas comerciais que se aproveitam da inércia de situações passadas para justificar encargos indevidos.