O festival Brava Madri segue-a envolvendo: "Vergonha de organização"
No recinto de concertos não se pode introduzir nem comida nem bebida do exterior, mas a informação oferecida pela empresa é contraditória

A cada ano celebram-se em Espanha dezenas de festivais aos que vão milhares de pessoas com o objectivo de escutar a seus artistas favoritos e o passar bem em boa companhia. No entanto, os grandes festivais de música costumam ser foco de críticas pelos problemas de organização derivados ou pelas cuestionables condições trabalhistas dos trabalhadores. Também é frequente que tenha discrepâncias sobre se a entrada de comida e bebida do exterior está permitida, ao igual que sucede nos cinemas.
Ao respeito, Facua-Consumidores em Acção denunciou recentemente ante a Prefeitura de Torrejón de Ardoz à empresa Festival Brava Madri AIE, promotora do festival Brava Madri, por impedir o acesso ao recinto com comidas e bebidas do exterior.
"Não se pode introduzir comida nem bebida"
"No recinto de concertos do festival não se pode introduzir nem comida nem bebida. Em diferentes espaços do recinto encontrarás postos de comida e barras nos que poderás adquirir comida e bebida. Dispomos de uma barra especializada que conta com cerveja sem gluten e sem álcool", se indica na página site de Brava Madri, que celebrar-se-á nos dias 19 e 20 de setembro no recinto ferial do município madrileno.

Facua, por sua vez, considera que esta limitação "não obedece à necessidade de preservar a segurança nem a higiene dentro do festival nem a nenhuma outra causa objectiva, sina exclusivamente a motivações económicas e ao afán de obter maiores benefícios". Ademais, acha que pode vulnerar a Lei Geral para a Defesa dos Consumidores e Utentes, pelo que a qualifica de "cláusula abusiva".
Informação contraditória
No entanto, não toda a organização de Brava Madri parece estar ao tanto desta proibição. De facto, o responsável por redes sociais da empresa tem oferecido em Instagram informação contraditória: tal e como publicou um internauta em X, Brava Madri respondeu a um utente que a entrada de comida e bebida sim estava permitida, e assim se especificava no apartado de Perguntas Frequentes de sua página site. Isto é, singelamente, falso.
É que os do @bravamadrid se riem da gente na puta cara e ficam tão largos.
— Cristian Tsukino 🌙 (@cpcristian) September 16, 2025
Menuda vergonha de organização e de gestão da comunicação. pic.twitter.com/5pfjkthxo6
"É que os do Brava Madri se riem da gente na puta cara e ficam tão largos. Menuda vergonha de organização e de gestão da comunicação", valorizava este afectado.

Rejeição aos reembolsos
Nos últimos dias, são muitos os consumidores que têm criticado a Brava Madri por se negar a efectuar reembolsos depois de efectuar uma série de mudanças no cartaz (não participará, por exemplo, Villano Antillano, que se anunciou como uma das grandes participantes no evento) e por sua vinculação com o fundo de investimento israelita KKR. De facto, há quem têm chamado a um "boicote".
"Dada a resposta do Brava Madri e a má praxis da organização com respeito a todas as mudanças de cartaz a raiz de sua vinculação com o KKR, quero pôr uma reclamação no escritório do consumidor para que se gira a devolução. Alguém a chegou a gerir?", perguntava um afectado em X nesta terça-feira 16 de setembro.