A assinatura espanhola que utiliza tintes naturais para seus vaqueiros sem contaminar o planeta

Desenhos cómodos, cores orgânicas e um modelo de produção que liga o campo com a cidade para transformar a forma em que o mundo se viste

Los vaqueros de la marca Tintoremus   TINTOREMUS
Los vaqueros de la marca Tintoremus TINTOREMUS

O característico azul dos vaqueiros prove/provem de um tinte sintético derivado do petróleo e sua fabricação implica o uso de químicos altamente contaminantes como blanqueantes clorados, metais pesados e permanganato de potasio. Este processo é responsável de até o 10% da contaminação industrial do água a nível global. No entanto, uma assinatura espanhola propõe o contrário: teñir com plantas e voltar ao campo.

Tintoremus, fundada por Clemente Cebrián, cofundador do Ganso, e Lola López, tem convertido um antigo terreno de fumo em Extremadura no maior cultivo de índigo natural de Europa. A partir desta planta, elaboram tintes ecológicos que colorem seus vaqueiros e prendas urbanas sem contaminar o água nem usar produtos tóxicos.

Sua primeira loja em Madri

Desde junho de 2025, Tintoremus tem sua primeira loja em Madri, que é algo mais que um escaparate: os clientes podem ali teñir, consertar e dar nova vida a prendas antigas, ou simplesmente ver crescer as plantas de índigo num vivero instalado dentro do local.

La tienda de Tintoremus TINTOREMUS
A loja de Tintoremus / TINTOREMUS

"Nossas colecções baseiam-se em dois conceitos, que são o denim e a prenda teñida, já que o que fazemos é confeccionar em cru e depois teñirlo, e depois, em matéria de padrões, procuramos uma silhueta frouxa e cómoda para todas nossas camisas e pantalones", explica López, que reconhece no cinema o terceiro grande pilar de seu desenho criativo. "É uma de nossas grandes paixões, um hobby que nos inspira à hora de fazer as colecções e inclusive na criação de campanhas publicitárias e o desenho da loja", revela.

A cada prenda é única

A cada prenda é única. Ao estar teñidas com pigmentos naturais como índigo, granada ou cebolla, não há dois iguais. Conseguir a cor exata num processo tão manual e natural é às vezes missão impossível. A assinatura tem criado inclusive seu próprio azul, ao que têm chamado Indigoremus, que dá vida a seus vaqueiros com um tom profundo e terroso. "Numa produção de 150 pantalones é impossível que o resultado seja o mesmo em todos", detalha López.

Tintoremus não só quer vestir a seus próprios clientes: também está a negociar com outras marcas para oferecer seu sistema de tintado. "Não só é melhor para o medioambiente, sina também para a saúde, já que não gera alergias e é apto para peles atópicas. Estamos a negociar com algumas marcas para que nos dêem seu produto em alvo e o cliente possa comprar o tinte que deseje para o colorir", conta Cebrián.

Um projecto sustentável

Num sector dominado pelo fast fashion, este projecto –que já tem captado um milhão de euros em investimento– procura oferecer uma alternativa real, local e sustentável. E já tem sido reconhecida por isso: em 2023, recebeu o prêmio ao Projecto Sustentável do Ano pela Associação de Empresários de Madri.

Porque teñir vaqueiros sem contaminar não só é possível. Neste caso, é espanhol.