"O estilo deve falar de ti, não do baúl das lembranças": por que a moda retro é tendência

Prenda-las retro conquistam nossos armários obrigado, entre outros factores, a uma maior consciência dos consumidores sobre sustentabilidade

Una mujer con un chaqueta de estilo 'vintage'   FREEPIKo
Una mujer con un chaqueta de estilo 'vintage' FREEPIKo

Menos despesa, mais estilo e maior consciência com o planeta. Estas poderiam ser as três premisas que impulsionam aos consumidores a apostar por prendas vintage. E, ainda que há marcas e consumidores que sim as aplicam, não sempre é assim.

Boa parte da roupa, os sapatos e os complementos retro não se resgatam dos armários de nossas avós ou mães. São marcas atuais (muitas delas de fast fashion) as que apostam por desenhos com ares dos 90 e os 2000, principalmente. Um bom exemplo disso são as Nike P6000 ou as New Balanço 740, às que não há fashionista que se resista.

Tendências 'vintage' na moda atual

O vintage já não é só uma questão de nostalgia. "É resgatar peças icónicas do passado e dar-lhes uma nova vida num contexto contemporâneo", explica a Consumidor Global Jesús Reis, jornalista de moda e CEO de CoolHunting Madri Comunicação.

Mas não todo o vale. O autêntico idilio da moda retro vive-se com a década dos 90 e os primeiros 2000. "O famoso Y2K", sublinha o experiente. Além dos tops minimalistas, os jeans de tiro baixo e as gafas pequenas, há um regresso aos 70 com "tecidos como o terciopelo, pantalones acampanados e estampados psicodélicos".

Chaves para luzir a moda retro

No entanto, quando falamos da moda vintage, não se trata de ir disfarçados de outras épocas. "A chave está no equilíbrio. Se levas uma jaqueta dos 80 com hombreras, combina com uns vaqueiros atuais e uma t-shirt básica", aconselha Samuel Coves, desenhador de moda. "O estilo deve falar de ti, não do baúl das lembranças", apostilla.

Um dos erros mais comuns é utilizar demasiadas referências no mesmo outfit. "Levar prendas retro não significa disfarçar de outra época", insiste Coves. Outro erro é não adaptar as silhuetas ao corpo ou ao estilo pessoal, o que pode fazer que a prenda pareça defasada em lugar de icónica. "E, por suposto, descuidar o estado de prenda-a: o vintage deve estar impecable, bem conservado ou restaurado. A elegancia nunca passa de moda, mas sim se cuida", sustenta.

Por que volta esta moda?

Há vários factores que explicam a volta da moda retro. A nostalgia e as redes sociais jogam um papel finque, mas, sem lugar a dúvidas, os motivos económicos e ecológicos são os que mais têm impulsionado esta tendência.

"O vintage tem passado de ser uma eleição estética a uma postura ética. Reutilizar, reciclar e comprar de forma consciente é algo que os consumidores valorizam a cada vez mais", afirma a este meio Ian Lombardi, desenhador de moda. "Apostar por prendas de segunda mão ou reinterpretaciones vintage é uma maneira de consumir com responsabilidade sem renunciar ao estilo", acrescenta.

O retro como sinônimo de luxo

Agora bem, a sustentabilidade e o retro têm um preço. "O vintage é sinônimo de exclusividad, mas também de consciência", recalca Lombardi. E uma de suas melhores embaixadoras é a assinatura Stella McCartney, conhecida por seus artigos veganos.

"Inclusive grandes marcas estão a sacar colecciones "arquivo" ou reeditando peças históricas com materiais sustentáveis. É uma tendência que, felizmente, tem vindo para ficar", conclui o desenhador.