Uma tendência "preocupante": A cada vez encontras menos produtos inovadores no supermercado?
Promarca propõe um foro de reflexão com a administração, os fabricantes e a distribuição sobre a inovação

As preferências dos consumidores estão em constante evolução. Quando vão ao supermercado, além do preço, têm em conta questiones como a tecnologia e a sustentabilidade, e valorizam, evidentemente, os produtos que melhor se adaptam a seu estilo de vida: embalagens com formatos individuais, sabores novos, alimentos originais ou rupturistas com uma quantidade de açúcar ou de gorduras reduzida…
Agora, Kantar tem apresentado o Radar da Inovação 2024, a decimocuarta edição do estudo que aborda as principais conclusões da inovação no sector de Grande Consumo em Espanha no último ano. E as conclusões, baixo o ponto de vista de Promarca (a associação espanhola de empresas de fabricantes de marcas líderes de grande consumo), não são boas.
As 10 das melhores inovações do ano
O estudo reflete que os 10 produtos mais inovadores –segundo sua penetração e a taxa de repetição da inovação em comparação à média de sua categoria–são inovações na categoria de alimentação e bebidas. Assim mesmo, uma delas é, curiosamente, um produto de alimentação para mascotas, o que evidência a capital importância dos colegas de quatro patas em muitos lares.

O Licor Creme de Bolacha e Caramelo de Royal Swan, de venda exclusiva em Mercadona, situa-se como o produto inovador que tem obtido os melhores dados de penetração e repetição, seguido do Salchiloncha Frankfurt de Campofrío, o gelado Pink Lemonade de Magnum, a cerveja sem filtrar 0,0 do Águia e a bebida isotónica de melocotón de Aquarius.
Redução da inovação
No entanto, apesar do sucesso destas inovações, o relatório reflete que no sector de grande consumo a inovação se encontra em mínimos históricos, o que significa que a cada vez se lançam menos produtos realmente inovadores. Segundo Promarca, entre 2010 e 2024, a inovação neste âmbito tem descido um 48%.
"A falta de inovação limita o crescimento do mercado, reduz a capacidade das empresas para competir e, em última instância, prejudica ao consumidor, que não tem acesso a produtos inovadores e melhores", expõem.
Reunião com a administração e os fabricantes
Para reverter esta tendência, que qualifica de preocupante, Promarca propõe a criação de "um foro de reflexão com a administração, os fabricantes e a distribuição sobre a inovação, um espaço de diálogo e colaboração entre fabricantes, revendedores e a administração pública, com o objectivo de identificar as barreiras que dificultam a inovação e propor soluções conjuntas para impulsionar um ecossistema mais favorável à criação e distribuição de novos produtos".

Em palavras de César Valencoso, Consumer Insights Diretor em Kantar, divisão Worldpanel, "apesar dos resultados deste ano seguimos pensando que a inovação é necessária e beneficiosa para todas as partes, aos fabricantes que inovam, aos retailers que a distribuem e aos consumidores que as compram. Se encontramos a maneira, pode ser um ponto de encontro e de impulso das categorias".