Estas são as ruas comerciais mais caras de Espanha
O estudo, da consultora imobiliária Cushman & Wakefield, analisa as rendas das ruas comerciais prime em 92 cidades de todo mundo
Passeio de Gràcia, em Barcelona, mantém sua posição como a rua comercial com os alugueres mais elevados de Espanha, com uma renda prime de 3.420 euros por metro quadrado ao ano (equivalente a 285 euros ao mês). Seguem-lhe de perto as ruas madrilenas de Serrano, com rendas de 3.300 euros o metro quadrado ao ano (275 euros/mês), e Grande Via, com 3.120 euros o metro quadrado (260 euros/mês), segundo o relatório Main Streets Across the World elaborado pela consultora imobiliária Cushman & Wakefield.
O estudo, que analisa as rendas das ruas comerciais prime em 92 cidades de todo mundo, coloca a passeio de Gràcia no posto 16 do ranking global, depois de registar um aumento de 8% com respeito ao ano anterior. Esta cifra reflete não só a alta demanda de espaços comerciais na capital catalã, sina também a consolidação da rua como "uma das arterias comerciais mais icónicas e exclusivas do panorama internacional". Sua combinação de arquitectura modernista, prestígio histórico e elevada afluencia de turistas converte-a num escaparate privilegiado para marcas nacionais e internacionais.
Em Madri, a rua Serrano também experimentou um incremento de 8% com respeito ao ano anterior, impulsionado principalmente pela chegada de grandes assinaturas internacionais que procuram reforçar sua presença em localizações prime. Por sua vez, a Grande Via, que na edição anterior compartilhava posição com Portal de l'Àngel, em Barcelona, tem conseguido neste ano a superar, se consolidando como uma das principais ruas comerciais da capital espanhola.
Portal de l'Àngel, quarta
Actualmente, Portal de l'Àngel ocupa a quarta posição, compartilhada com as ruas José Ortega e Gasset e Preciosos, ambas em Madri, com uma renda prime de 3.060 euros o metro quadrado ao ano (255 euros/mês). Por trás destas situam-se Marqués de Larios em Málaga (2.640 euros o metro quadrado), Fuencarral em Madri (2.160 euros o metro quadrado), Colón em Valencia (1.800 euros o metro quadrado), Tetuán em Sevilla (1.680 euros o metro quadrado), Grande Via em Bilbao (1.620 euros o metro quadrado) e Goya em Madri (1.560 euros o metro quadrado).

Rob Travers, responsável por retail em EMEA de Cushman & Wakefield, explica que o aumento das rendas em Espanha responde a "a tensão competitiva provocada pela escassa disponibilidade nas localizações mais cotadas". Em ruas como Serrano, a disponibilidade é praticamente inexistente, enquanto em passeio de Gràcia mal atinge o 3%. Esta limitada oferta converte estas arterias em espaços extremamente cobiçados, onde as marcas procuram não só visibilidade, sina também a possibilidade de ligar com um fluxo constante de consumidores e turistas de alto poder adquisitivo.
Travers destaca que ocupar um local nestas ruas já não é uma mordomia exclusiva das marcas de luxo. A cada vez mais ensinas do segmento de grande consumo estão a apostar por localizações prime, atraídas pela oportunidade de gerar visibilidade, construir marca e oferecer experiências de compra diferenciadas. Segundo o experiente, o valor destas ruas arraiga em sua combinação de património arquitectónico, visibilidade comercial e prestígio cultural. "São espaços onde as marcas constroem narrativa, expressam identidade e se ligam directamente com os consumidores", assinala Travers. Para muitas companhias, estar presente a uma localização prime tem deixado de ser um valor acrescentado e converteu-se numa necessidade estratégica.
Espanha no contexto global
O relatório também situa a Espanha dentro de um panorama internacional no que as principais ruas comerciais seguem registando incrementos sustentados em seus alugueres. A nível global, Europa continua liderando o ranking de ruas mais caras, com New Bond Street em Londres à cabeça, com rendas de 20.482 euros por metro quadrado ao ano, depois de um incremento de 22% com respeito ao ano anterior. Segue-lhe a Via Montenapoleone de Milão (20.000 euros o metro quadrado), que mantém seu nível de 2024, e Upper Fifth Avenue em Nova York (18.359 euros o metro quadrado), completando o podio mundial.
A escala global, os alugueres de locais comerciais prime cresceram um 4,2% em media, com incrementos no 58% dos mercados. América registou um crescimento de 7,9%, impulsionado pelo dinamismo das principais ruas de Estados Unidos e Canadá, bem como pela influência do tipo de mudança em América do Sul. Europa experimentou um aumento médio de 4%, enquanto em Ásia-Pacífico o crescimento moderou-se ao 2,1%, com Índia e Japão compensando a ralentización em Chinesa continental e o sudeste asiático.
O turismo internacional continua sendo um dos motores fundamentais das ruas comerciais superprime. Com previsões de crescimento superiores ao 8% para este ano e de 7,4% para 2026, os turistas procuram experiências de compra únicas, inmersivas e memorables, beneficiando directamente às principais arterias comerciais do mundo. Em Espanha, o turismo consolidou-se como um pilar estratégico: entre janeiro e setembro de 2025, o país recebeu 53 milhões de visitantes internacionais, um incremento de 5% com respeito ao mesmo período do ano anterior. Os principais mercados emissores, como Estados Unidos, Reino Unido e França, têm impulsionado especialmente as zonas comerciais mais relevantes do país, reforçando o atractivo de ruas como passeio de Gràcia, Serrano, Portal de l'Àngel ou José Ortega e Gasset.