Esta é a subida salarial que propõe o Governo para os servidores públicos entre 2025 e 2028
Os sindicatos têm mostrado sua rejeição à proposta do Ministério de Função Pública e ameaçam com uma nova greve em dezembro
O Governo tem posto sobre a mesa uma proposta de subida salarial para os mais de três milhões de empregados públicos: um incremento fixo de 10% entre 2025 e 2028.
A oferta, transladada nesta quarta-feira a CCOO, UGT e CSIF, propõe repartir essa percentagem em quatro exercícios, com um limite de 4% em 2025 e 2026 para não ultrapassar o teto de despesa. O 6% restante deveria aplicar-se entre 2027 e 2028, com uma subida maior prevista para 2027 ante a evolução estimada dos preços.
Os sindicatos recusam a subida salarial aos servidores públicos
Não obstante, a iniciativa, apresentada pela secretária de Estado de Função Pública, Consolo Sánchez Laranjeira, tem sido recebida com rotundas críticas por parte dos sindicatos, que consideram insuficiente a proposta.

Pese à rejeição, o Ministério tem citado de novo às organizações para esta quinta-feira, 20 de novembro, numa tentativa por reconducir a negociação do novo marco plurianual.
"Perda de poder adquisitivo"
CSIF argumenta que esta primeira oferta do Governo "não cobriria" a subida dos preços, até outubro de 2025 a inflação interanual era de 3,1%. "Os dois primeiros anos do acordo suporiam uma perda para o poder adquisitivo dos empregados públicos e, por tanto, não o podemos aceitar", insistem desde CSIF-
"Há que ter em conta que desde 2022, data do anterior acordo, os salários se têm devaluado um 8% e desde 2010, quando se produziu a baixada salarial com os recortes desse ano, a perda se eleva quase ao 20%", defendem desde o sindicato de Miguel Apaga, ao mesmo tempo que recordam que o Governo "está a arrecadar mais que nunca, tem elevado o teto de despesa e, por tanto, há margem para elevar a oferta".
Os sindicatos ameaçam com uma greve em dezembro
Por sua vez, desde CCOO têm qualificado do "todo inaceitável" a proposta do Governo porque entendem que supõe um "insulto" para os empregados públicos.
O sindicato tem afirmado que só aceitará uma proposta salarial que implique a recuperação do poder adquisitivo e tem ameaçado com retomar a convocação de uma greve geral em dezembro "se não há uma proposta económica justa".

"Não estamos para perder dinheiro"
Por sua vez, a secretária geral de UGT Serviços Públicos, Isabel Araque, tem indicado que a percentagem oferecida pelo Governo "complica a negociação" e tem avisado de que para o sindicato o acordo plurianual deve "garantir o poder adquisitivo". "Não estamos para perder oportunidades nem para perder dinheiro", tem advertido.
Desde UGT têm indicado que farão "números" e esperarão a ver como discurre a nova mesa de negociação convocada para hoje ao meio dia.
Subidas salariais anteriores
O último acordo salarial entre o Governo e os sindicatos esteve vigente entre 2022-2024, e contemplava subidas retributivas com uma parte fixa e variável.
Este pacto permitiu elevar os salários dos servidores públicos neste período em torno de um 10% (quando se assinou, no outono de 2022, a inflação estava então num 10%), o que implicou uma despesa próxima aos 13.000 milhões de euros.


