Gonzalo Bernardos, economista: "O imposto de sucessões paga-se por um dinheiro que vem presenteado"
O reputado economista analisa para Consumidor Global o debate que existe em algumas comunidades espanholas ao redor do mau denominado "imposto à morte"

Imposto de sucessões sim ou não? Este é o eterno debate entre os cidadãos espanhóis. Um debate no que o economista Gonzalo Bernardos tem querido participar de forma ativa e clarividente. E sua opinião, seguramente, não gostará ao sector mais conservador de nossa sociedade.
"Alguns neoliberales dizem que o imposto de sucessões é um imposto à morte. Não é verdade", começa dizendo o economista no videoblog de Consumidor Global.
O videoblog de Gonzalo Bernardos
Em primeiro lugar, "o morto não paga nada. Aqui, o que paga, em algumas ocasiões e não demasiadas, são os herdeiros", enfatiza Bernardos.
E prossegue: "Uns herdeiros que pagam por um dinheiro que lhes vem praticamente presenteado, porque eles não têm feito nada para o conseguir. Unicamente têm tido a sorte de nascer numa família com possibilidades".
Quem paga o imposto de sucessões em Espanha?
"Em Espanha, ainda que a direita diga-o, o imposto sobre sucessões só o pagam os que têm um património elevado", recorda o economista.
Porque se alguém herda um andar onde viviam seus pais e uma verdadeira quantidade de dinheiro (30.000, 40.000 ou 50.000 euros), em algumas autonomias "não paga nada e em outras paga muito pouco", detalha Bernardos.
Repartir a sorte
O objectivo do imposto de sucessões, e por isso está dentro do sistema fiscal espanhol, "é repartir a sorte que têm tido aquelas famílias com pais e mães com dinheiro".
Deste modo, um pouco desse dinheiro, e só um pouco, "passa às pessoas que não têm a sorte de ter uma família com possibilidades", sentencia o economista.