Lime, companhia de bicicletas elétricas: "Nossa taxa de accidentalidad é bajísima"

Arnau Pérez, responsável por relações institucionais de Lime Iberia, nos devela as chaves para a micromovilidad elétrica nas grandes cidades

Arnau Pérez, responsable de relaciones institucionales de Lime Iberia   FOTOMONTAJE CG
Arnau Pérez, responsable de relaciones institucionales de Lime Iberia FOTOMONTAJE CG

Num mundo a cada vez mais orientado para a mobilidade sustentável, Lime consolidou-se como um referente global do transporte elétrico. Fundada em 2017 em San Francisco, esta companhia estadounidense oferece serviços de aluguer de bicicletas elétricas. Desde seu desembarco em Europa em 2018 não tem deixado de se expandir. Actualmente está presente a mais de 130 cidades repartidas por América, Europa, Oriente Médio e Austrália.

Durante a conversa com Consumidor Global, Arnau Pérez, responsável por relações institucionais de Lime Iberia, analisa a evolução do uso das bicicletas elétricas em Espanha e o papel que jogam este tipo de empresas na actualidade.

Uma maior aposta pela mobilidade em bici

O uso da bicicleta elétrica em Espanha tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos, tanto nos serviços compartilhados como Lime como no âmbito particular. Assim o assegura Pérez. "Estamos num momento de concienciación e de mudanças legislativas", afirma.

A aprovação da Lei de Mudança Climática ou o debate em torno da Lei de Mobilidade Sustentável são, para este experiente, sinais claros de que as cidades estão a avançar para meios mais limpos e habitables. Neste sentido, a bicicleta elétrica apresenta-se como uma solução eficaz e como um complemento natural ao transporte público. A tendência, assegura, é positiva.

Longe do carro particular

Agora bem, pese ao crescimento que tem experimentado a bicicleta elétrica nos últimos anos, Pérez não acha que tenha subido crescido em excesso. "A quantidade total de pessoas que utilizam bicicletas de forma habitual atinge o 10% em alguma cidade, somando sistemas públicos e compartilhados de bicicletas", detalha.

Em outras, essa percentagem desce consideravelmente e se situa entre o 2% e o 7%. "É uma cifra muito menor se comparamo-lo com um número de veículos privados", sublinha.

"Favorecer o uso de bicicletas em cidades"

Ainda que a consciência sobre a mobilidade sustentável vai em aumento, ainda fica muito por fazer para que a bicicleta elétrica se converta numa opção real e generalizada nas grandes cidades. Assim o adverte Pérez, quem remarca que o crescimento do sector deve ir acompanhado de condições que facilitem seu uso.

"Isto significa duas coisas. O primeiro é que tenha disponibilidade de bicicletas. Não podemos pretender que todo mundo compre uma", afirma. O segundo factor passa pela necessidade de criar infra-estruturas seguras, com respeito ao que Pérez lamenta que ainda tenha muitas cidades nas que compartilhar calçada com os carros gere insegurança. "Nossos utentes dizem-nos que muitas vezes se sentem inseguros quando têm que compartilhar a rua com os carros. Alguns estamos acostumados e o sabemos gerir, mas há gente que tem medo", sustenta.

Uma taxa de accidentalidad de 0,0001%

Lime desenha e fabrica suas próprias bicicletas elétricas. Ademais, estão equipadas com sensores que detectam qualquer falha. Quando se identifica uma incidência, o veículo fica fora de serviço e é recolhido por um funcionário para proceder ao reparo.

"E assim se garante que não tenha acidentes. Nossa taxa de accidentalidad é bajísima, 0,0001%", indica. E acrescenta: "O preço depende da cidade e a zona. Em Barcelona, custa 75 céntimos o desbloqueio, isto é, começar uma viagem, e 24 céntimos o minuto".

Sevilla e Barcelona, à cabeça do compromisso ciclista

Dentro do mapa da mobilidade sustentável em Espanha, Pérez destaca a Sevilla e Barcelona como referentes no impulso do uso da bicicleta. "Sevilla tem uma tradição que vem de longo sobre a construção de carriles bici e de apoio pela mobilidade sustentável, se convertendo numa das cidades com maior rede de carril bici", recalca.

"Barcelona é um exemplo de uma cidade que tem sido bastante ambiciosa em termos de qualidade de ar e descarbonización. O facto de que tenha facilitado alternativas como Lime diz muito deles. Querem dar essa facilidade à cidadania para mover pela cidade de forma sustentável e não contaminante", conclui.

Uma peça finque no puzle da mobilidade urbana

Lime não pretende substituir ao transporte público nem competir com ele, sina o reforçar De facto, seu porta-voz sublinha que o objectivo é que as pessoas possam ligar com o metro ou o autocarro mediante uma bicicleta elétrica, podendo prescindir do carro para trajectos curtos ou meios.

"Nossa posição em mobilidade é que há que dotar de quantas mais soluções de mobilidade se possa. A maneira de que a gente tenha uma mudança de comportamento em mobilidade é justamente que possa eleger. Nós somos uma mais dessas eleições, que acho que é valorizada e que funciona", limpa.