As fraudes mais comuns do Black Friday entram por WhatsApp

O INCIBE detecta um mais 23% de ataques a maiores de 60 anos: estes são os cinco passos singelos para blindar o aplicativo, que só tomará 2 minutos

A una persona mayor le entra por WhatsApp una estafa común del Black Friday   EFE
A una persona mayor le entra por WhatsApp una estafa común del Black Friday EFE

Chega o Black Friday e, com ele, a alerta máxima por ciberestafas. Neste ano, o canal preferido pelos delinquentes é WhatsApp, e têm um objectivo claro: as pessoas maiores.

As fraudes por transportadora disparam-se e o Instituto Nacional de Ciberseguridad (INCIBE) adverte de um alarmante aumento de 23% em ataques digitais contra maiores de 60 anos em 2024. Contamos-te quais são as armadilhas mais usadas e como blindar tua conta em menos de dois minutos com 5 singelos passos.

O perigo de WhatsApp

O bombardeio de ofertas do Black Friday não só atrai a compradores; é a temporada alta para os ciberdelincuentes. O uso de WhatsApp generalizou-se entre todos os públicos, incluídas as pessoas maiores, e os estafadores o sabem. Suplantaciones de identidade, falsos serviços de transportadora ou supostas mensagens de um familiar em apuros são o pão da cada dia.

Las aplicaciones WhatsApp, Telegram y Threema en la pantalla de un móvil
O aplicativo de WhatsApp numa móvel / Foto de arquivo

Neste contexto, a companhia tecnológica Bleta, especializada em acessibilidade digital para este coletivo, adverte que manter a configuração por defeito de WhatsApp é um risco."O verdadeiro perigo está em não saber como funcionam estas opções", explica Gerard Pinar, diretor de operações (COO) de Bleta. "Ainda que WhatsApp seja um aplicativo seguro, os estafadores aproveitam a inexperiência digital para contactar com quem desconhecem estes mecanismos".

O engano do "filho em apuros" e o falso repartidor

Os dados do INCIBE revelam que as fraudes mais efetivas são as que apelam à urgência ou a confiança. As fraudes mais comuns que chegam por WhatsApp simulam ser:

  • Familiares (especialmente filhos): com a desculpa de um móvel rompido ou um problema urgente, pedem dinheiro rápido.
  • Bancos: alertam de um falso movimento na conta e solicitam chaves através de um enlace.
  • Empresas de transportadora (Correios, SEUR, etc.): notificam um pacote retido ou um pagamento de aduanas pendente, anexando um enlace para "solucioná-lo" que em realidade rouba dados bancários.
  • Falsas ofertas ou sorteios: prometem prêmios incríveis do Black Friday a mudança de rechear uma encuesta com dados pessoais.

Como blindar teu WhatsApp: 5 passos que levar-te-ão 2 minutos

Bleta tem lançado uma guia prática de segurança que reduz drasticamente a exposição a estas fraudes. São 5 ajustes básicos que qualquer pode (e deve) aplicar.

1. Limita tua foto de perfil sozinho a "Meus contactos"

Evita que um desconhecido veja tua imagem e a use para suplantar tua identidade. Muitas fraudes de "roubo de perfil" começam copiando uma foto real para gerar confiança em mensagens falsas a teus amigos ou familiares.

2. Silencia telefonemas e bloqueia mensagens de desconhecidos

Durante campanhas como o Black Friday, proliferan telefonemas de números que se fazem passar por suporte técnico ou bancos. Activar o silêncio de telefonemas desconhecidos e bloquear mensagens suspeitas evita que possam insistir ou te enviar enlaces fraudulentos.

3. Revisa quem pode te acrescentar a grupos

Configura esta opção em "Só meus contactos". Isto impede que te acrescentem automaticamente a grupos em massa desenhados para defraudar ou enviar enlaces armadilha (spam) com supostas ofertas.

4. Desconfia de enlaces ou códigos QR (inclusive de contactos)

A regra de ouro: não cliques. As falsas ofertas e sorteios chegam com aparência legítima. Se um amigo envia-te um enlace suspeito, pode que lhe tenham roubado a conta. Ante a dúvida, apaga a mensagem e contacta com a empresa ou pessoa por outra via.

5. Desactiva a localização em tempo real

Esta função só deve se usar de forma pontual. Compartilhá-la permanentemente permite a terceiros conhecer tuas rotinas, onde vives ou quando estás fora de casa, informação muito valiosa para os timadores.

A brecha digital: "Medo a estragar algo"

A companhia Bleta faz questão de que a alfabetización digital deve ir para além de saber enviar uma nota de voz. O problema, assinalam, é que muitos utentes maiores preferem não modificar a privacidade por medo a "estragar algo" no aplicativo.

"De nada serve saber enviar notas de voz se desconhece-se a letra pequena. O acesso à segurança digital deve ser tão singelo como manejar o aplicativo", conclui Pinar.