O exatleta olímpico que desafia a Apple depois de pagar 1.400 euros por dois relógios e receber um
A multinacional tecnológica tem optado por um complexo mecanismo burocrático em lugar de oferecer uma solução rápida, como a substituição ou o reembolso do produto

Carles Castillejo (Barcelona, 1978) não precisa apresentação no mundo do atletismou. Campeão de Espanha em todas as provas de médio fundo e fundo, um lucro sem precedentes, e quatro vezes olímpico (2004-2016), seu nome está gravado na história do desporto nacional. Depois de sua retirada em 2018 devido a uma grave lesão nas costas, seu novo desafio enfrenta-o a Apple, a multinacional que parece desentenderse de sua obrigação de garantir a satisfação do cliente.
O 4 de abril, Castillejo adquiriu dois relógios no site oficial de Apple Espanha: um Apple Watch Séries 10 (449 euros) e um Apple Watch Ultra 2 (899 euros). O pedido, gerido por DHL, chegou dias depois. Ao abrir o pacote, só estava o modelo básico. "O Ultra 2, o mais caro, não vinha. E Apple faz questão de que sim mo entregaram", explica o exatleta a Consumidor Global.
A negativa de Apple e DHL
Segundo relata o cliente, o processo começou com uma denúncia à empresa de transporte, DHL, que negou ter responsabilidade alguma.

Posteriormente, Apple o redirigió a seu serviço de atenção ao cliente, que, apesar dos esforços do atleta por contribuir documentação –fotografas do pacote, a factura, a denúncia formal–, manteve sua postura: segundo seus registros, o Ultra 2 tinha sido entregado. Umas explicações vazias.
Um processo que se repete uma e outra vez
"A resposta foi que eles tinham registado o número de série do Ultra 2 como entregado, mas, quando minha mulher e eu lhes enviamos uma captura de ecrã que demonstrava que o relógio que tinha em casa era o Séries 10, se deram conta de que tinha um erro em seu sistema", explica Castillejo.
Apesar da evidência, a companhia de Cupertino não ofereceu uma solução imediata. Em seu lugar, o que seguiu foi outro Apple Watch Séries 10, o mesmo que já tinha recebido. O processo parecia repetir-se uma e outra vez.
1.400 euros em Apple
"Gastei-me 1.400 euros e chegou-me o que vale menos", afirma com uma mistura de frustración e acalma. "O que não vou fazer é aceitar esta situação", sentença.
Sua denúncia inicial foi enviada não só a Apple, sina também à financeira com a que geriu a compra, com o objectivo de paralisar os pagamentos até que a situação se resolvesse.
Correr até a meta
O que mais chama a atenção deste episódio é a postura da empresa, que não tem demonstrado disposição a resolver o problema de maneira rápida ou eficiente. Em lugar de oferecer uma solução imediata –já seja um reembolso ou a substituição do relógio faltante–, Apple, valorizada em 2,8 biliões de dólares, tem recorrido a um mecanismo burocrático de dilación.
"Poderia denunciar a Consumo, claro. Estou a valorizá-lo. O que não vou fazer é aceitar esta situação", insiste a este meio. Ao final, ainda que seu confronto com Apple seja de natureza diferente à que viveu em sua carreira de fundo, a atitude segue sendo a mesma: correr até cruzar a meta.
Apple aceita seu erro quase um mês depois
A dia de hoje, depois de denunciar o sucedido em redes sociais e após que este meio se tenha posto em contacto com Apple, a tecnológica tem aceitado seu erro e afirma que entregar-lhe-á o 30 de abril o relógio a seu dono.

Pese a que Consumidor Global se pôs em contacto com Apple, a multinacional tem preferido não fazer declarações ao respeito.