Antonia Calvo, melhor produtora de batata de 2025: "Nossa kennebec é espetacular para purés"

A agricultura galega explica a Consumidor Global qual é a peculiaridade das batatas galegas, que contam com uma excelente reputação entre os consumidores

Antonia Calvo, agricultora y mejor productora de patata de 2025   CG
Antonia Calvo, agricultora y mejor productora de patata de 2025 CG

Desde sua loja A Casa de Pataca, no bairro ourensano de Ou Couto, Antonia Calvo tem feito da batata galega sua senha de identidade. No marco do Gastronomic Fórum de Barcelona, Consumidor Global conversa com esta agricultora ourensana, reconhecida como melhor produtora nacional de batatas de 2025 nos Prêmios Nacionais da Batata organizados por revista-a Campo.

Em seu negócio só vende duas variedades: agria e kennebec, ainda que no campo também cultiva cebolla e cereais. Mas seu produto não só abastece aos vizinhos de Ourense. Calvo é, ademais, provedora de Batatas Yago, empresa barcelonesa de distribuição por atacado que fornece a grupos como Tragaluz, Ametller Origem ou o restaurante Cozinha Irmãos Torres.

Uma aliança com raízes galegas

A colaboração com Batatas Yago começou faz "quatro ou cinco anos", recorda Calvo. "Nós envasamos com a Indicação Xeográfica Protexida (IXP) Pataca de Galiza. Batatas Yago comentou-nos se podíamos envasarle nossas batatas, mas com sua marca. Assim começou nossa andadura", explica.

 

Uma cooperação que tem permitido que o tubérculo galego cruze fronteiras sem perder sua esencia nem sua qualidade.

Duas variedades, dois usos

A batata galega é uma das mais apreciadas tanto pelos aficionados à cozinha como pelos chefs. A IXP Pataca de Galiza ampara duas variedades principais: agria e kennebec. Também a Fina de Carballo mas só se semeia a zona de Bergantiños, em Carballo, A Corunha.

"A agria é uma batata de carne amarela, muito rica para fritar pelo conteúdo de matéria seca. Fica muito estaladiço", descreve Calvo. "A kennebec é mais arenosa. Quando se cuece, fica muito terna e para purés é espetacular", acrescenta.

Um ano complicado pelo clima

2025 tem sido um ano difícil no campo galego. "Em nossa zona, pelas chuvas, semeamos muito tarde", conta a agricultura.

 

"E depois já começaram a vir essas ondas de calor tremendas. Os incêndios não nos afectaram, mas a onda de calor sim nos afectou muito. Quando sucede isto, sabemos que vamos recolher menos quilos, porque a batata não tuberiza como deve o fazer", detalha.

Estabilidade nos preços graças ao selo galego

Num ano marcado pela volatilidade do mercado, Calvo reconhece que o selo de qualidade actua como uma garantia. "Os custos de produção subiram. O preço da batata depende da produção que tenha, não só a nível local, sina também nacional e internacional. Envasar com um selo de qualidade, como a IXP Pataca de Galiza, nos dá certa estabilidade aos agricultores".

Essa regularidade também se mantém em épocas de maior consumo, como o Natal. "Recolhemos a batata, temo-la no armazém e costumam ter preços estáveis", afirma a agricultura. Uma constancia que, junto a seu trabalho diário, lhe valeu o reconhecimento como uma das grandes referentes do campo galego.