O aluguer médio mensal supera os 1.100 euros: em 7 CCAA sobe mais de 20% em 5 anos
Os experientes pronostican que a pressão sobre os inquilinos continuará, e chamam a adoptar medidas estruturais para paliar "esta crise habitacional"

O preço do aluguer segue sendo um drama para muitos espanhóis. Segundo dados de pisos.com, o aluguer médio em Espanha tem passado de 898,34 euros mensais em janeiro de 2020 a 1.125 euros mensais em janeiro de 2025, o que supõe um incremento de 227 euros em sozinho cinco anos.
Este alça coincide, ademais, com uma escalada inflacionária que tem impactado significativamente as contas dos consumidores (segundo uma análise de BBVA Research, desde inícios de 2020 a perda de poder adquisitivo, medida pelo aumento no Índice de Preços ao Consumo, tem sido de quase um 20%).
Onde sobe mais
A nível autonómico, sete comunidades têm experimentado aumentos superiores à média nacional: Baleares lidera os incrementos, com um encarecimiento de 37,14% +. Depois desta comunidade figuram Cataluña (+31%), Comunidade Valenciana (+27%), Múrcia (+23,52%), Madri (+22,91%), Andaluzia (+21,80%) e Canárias (+21,02%).

O ministro de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, assegurou recentemente que em Baleares pode ter ao redor de 7.000 moradias turísticas ilegais, que se publicitan sem o número de licença apropriada. Segundo o ministro, por trás da proliferación destes modelos comerciais ilegais há dezenas de famílias que não podem aceder a uma moradia digna a preços razoáveis.
Onde baixa o preço do aluguer
No outro extremo, cinco comunidades têm experimentado um reducción do preço do aluguer no último lustro: País Basco (-1,62%), Astúrias (-1,66%), Extremadura (-6,00%), A Rioja (-23,63%) e Navarra (-40,07%).
Assim mesmo, as subidas têm sido moderadas em Galiza (6,25%) e Aragón (7,27%).
Alugueres mais caros
Actualmente, a província com o aluguer mais elevado é Ilhas Baleares (1.672,45 euros). Segundo Diário de Mallorca, a demanda de habitações de aluguer na capital balear incrementou-se um 46% no último ano, enquanto a oferta reduziu-se um 20% e os preços têm subido um 25%.

Estes preços desorbitados estão a obrigar a muitos palmesanos, especialmente jovens e com baixos rendimentos, a abandonar as ilhas em procura de lugares mais asequibles.
Madri, Barcelona e As Palmas
Depois de Baleares, as províncias mais caras são Madri (1.656,90 euros), Barcelona (1.647,90 euros), As Palmas (1.206,90 euros) e Málaga (1.201,50 euros).
Em mudança, as províncias mais económicas são Badajoz (351), Cidade Real (346,50), Soria (324), Ávila (313,20) e Ourense (293,40 euros). "Destaca o caso de Ourense, onde o preço médio do aluguer permite arrendar até cinco moradias pelo mesmo custo que uma em Baleares, Barcelona ou Madri. Desde pisos.com advertem que a falta de oferta segue sendo o principal problema do mercado do aluguer em Espanha", explicam desde a companhia.

Diferenças entre cidades
O incremento do preço do aluguer nos últimos anos tem gerado importantes diferenças entre cidades. Em Jaén, por exemplo, um aluguer (639 euros) custa a metade ou menos que em capitais como Alicante (1.215), As Palmas de Grande Canaria (1.313), Málaga (1.424), Valencia (1.480) ou Bilbao (1.522 euros).
"Apesar das flutuações económicas, a tendência ao alça do mercado do aluguer sugere que a pressão sobre os inquilinos continuará, fazendo imprescindível a adopção de medidas estruturais para paliar esta crise habitacional", tem valorizado Ferran Font, diretor de Estudos de pisos.com.