A poupança que gera a mudança de hora em Espanha não supera o custo de duas canas
Uma nova análise de Roams calcula a cifra exata e põe em dúvida a eficácia da medida na factura da luz
A mudança de hora chega este fim de semana, na madrugada do sábado 25 ao domingo 26 de outubro. Com ele, volta a eterna pergunta que se fazem milhões de espanhóis: notarei uma poupança real na factura da luz?
Uma nova análise desvela a cifra exata e põe em dúvida a eficácia da medida: a poupança média será quase insignificante.
Mal 3 euros por moradia
Com a chegada do horário de inverno, a esperança de reduzir o consumo elétrico volta ao debate.

No entanto, uma análise realizada pela plataforma de poupança Roams enfría as expectativas: a poupança média na factura da luz será de mal 3 euros por moradia durante os 154 dias que dura este horário (até a próxima mudança, o 29 de março de 2026).
Uma poupança "ridícula" que depende de onde vivas
Sergio Soto, experiente em energia de Roams, explica que esta cifra é uma média que esconde muitas variáveis. "A poupança depende de muitos factores. Entre eles, a tarifa de luz contratada, o tipo de bombillas que usamos e, por suposto, a província na que residas", assinala.
Ademais, o estilo de vida atual, com o auge do teletrabalho, diluye ainda mais o impacto, já que muitas pessoas passam mais horas em casa consumindo energia independentemente da luz solar.
Assim se calcula a poupança
O estudo de Roams parte de um lar médio espanhol (três habitações, banho, cozinha, salão e corredor) que combina bombillas LED (6) e halógenas (12).
A análise revela dois palcos:
- Palco irreal (todas as luzes acendidas): A poupança seria de sozinho 10 céntimos por hora (tarifa estável) ou 11 céntimos (tarifa com discriminação horária).
- Palco realista (uso habitual): Considerando um uso mais lógico (luz acendida em cozinha, banho e duas habitações pela manhã), a poupança total se desploma.
Neste palco realista, a poupança acumulada durante os 5 meses de horário de inverno é dentre 2,77 euros (com tarifa estável) e 3,25 euros (com tarifa de discriminação horária).
A diferença entre províncias
O relatório destaca que a geografia tem um impacto muito maior no consumo matutino que a própria mudança de relógio. A diferença entre o este e o oeste de Espanha é chave. "Em Pontevedra, onde amanhece sobre as 8.00 horas, as famílias que se levantam às 7 terão que acender a luz, enquanto em Girona provavelmente não seja tão necessária, já que amanhece uma hora dantes", aponta Soto.

Esta diferença de quase uma hora condiciona a despesa. Não obstante, o experiente enfatiza que a situação se equilibra ao longo do dia: "Poderia parecer que quem vivem no oeste de Espanha são os que mais pagam. Mas se olhamo-lo ao revés, no este anochece dantes, o que compensa a despesa elétrica entre umas e outras zonas", explica.
O impacto da mudança de hora, em entredicho
Os dados da análise são claras: o impacto real da mudança de hora sobre o consumo energético dos lares é, no mínimo, limitado.
"A mudança de hora não resulta tão efetivo como parece e seu impacto na poupança energética real segue sendo, a dia de hoje, objeto de debate", conclui Soto. Com uma poupança de mal 3 euros, a polémica sobre a utilidade de atrasar o relógio está mais viva que nunca.

