Cronometrar ao cliente no bar? O polémico cartaz que gera divisão de opiniões e se viraliza
Uma prática incomum na hotelaria abre um debate nacional sobre os limites do tempo e o desfrute na barra

Quanto tempo é razoável para terminar uma cerveja num bar? A pergunta, tão aparentemente singela como quotidiana, tem escalado nestes dias às redes sociais com um inesperado fervor.
O motivo é um cartaz pendurado num estabelecimento hostelero que estabelece um limite temporário para permanecer na mesa depois de consumir. A imagem do letreiro, compartilhada pelo influencer valenciano Jesús Soriano em sua conta de X, tem desatado uma autêntica tormenta de opiniões.
A proposta do bar
A proposta do bar –cuja localização não tem sido divulgada– é clara: marcar um tempo estimado para libertar a mesa depois do consumo. No entanto, o que para alguns poderia ser uma medida de gestão eficiente em locais muito coincididos, para outros roza o absurdo e inclusive o hostil.
"Põe ao cliente um cronómetro e não volta: em vez de estar a gosto no local sentir-se-á pressionado", expressa um utente num das centenas de comentários que têm inundado o pós. Outro comenta com ironía: "Terá descontos se consumo mais rápido? Ou posso acumular os minutos sobrantes para a próxima visita?".
Vozes reconhecidas no debate
Não têm demorado em se somar vozes reconhecidas ao debate. A escritora Luzia Etxebarría compartilhou que para perto de seu domicílio há um local com um cartaz idêntico e, curiosamente, "segue estando cheio". Etxebarría argumenta que esta prática só se dá em bares que de por sim têm alta afluencia, e que, longe de disuadir, pode inclusive atrair a novos clientes. "Se está sempre cheio, por algo será", sentença.
Um cartaz idêntico está num terraço embaixo de casa e segue estando cheia. Este cartaz só o põem em lugares que sempre têm estado muito cheios por sua posição inmejorable. Dizer-te-ia que inclusive alenta à gente a ir, em plano " se está sempre cheio, por algo será"
— Lucia Etxebarria (@LaEtxebarria) May 20, 2025
No entanto, a profundidade do assunto não é simplesmente um dilema entre modernidad e tradição, sina uma questão de equilíbrio: o delicado ponto médio entre quem se apalancan numa mesa com uma sozinha consumición e portátil em ristre, e quem só procuram desfrutar uns minutos mais de conversa ou descanso sem sentir a pressão do relógio.
Soluções intermediárias
Alguns internautas sugerem soluções intermediárias. "Se um cliente tem terminado seu consumición e há gente esperando, pode-se-lhe convidar amavelmente a libertar a mesa. Mas impor um tempo fechado para todos, sem atender aos matizes, é não olhar por seus clientes".
O debate inclusive tem cruzado fronteiras digitais para colarse em conversaciones quotidianas entre camareros, hosteleros e consumidores. Onde está o limite entre optimizar o espaço e coartar a experiência do cliente? É legítimo que o bar defina sua política de tempos se assim melhora o serviço a mais pessoas? Ou é esta uma intromisión inaceitável no lazer pessoal?
Não têm faltado os chistes
A realidade é que a viralización deste cartaz tem posto em evidência uma tensão que a pandemia e a digitalização não têm feito sina acentuar: a rotação rápida de mesas em frente ao direito a uma consumición sem pressas. E como em todo o fenómeno viral, não têm faltado os chistes: desde quem propõem cronometrar também ao camarero na preparação do pedido, até quem imaginam um sistema de "pontos" por consumir em tempo recorde.
Enquanto, o interrogante segue sobre a mesa –nunca melhor dito–: prejudica ou beneficia isto à empresa? Como ocorre em tantas decisões empresariais, quiçá a resposta esteja mais no como que no que: empatía, comunicação clara e sentido comum poderiam ser, como sempre, os melhores ingredientes do sucesso.