O Governo quer proibir a reventa de entradas por um preço superior ao original

Segundo Pablo Bustinduy, esta prática é abusiva, especulativa e provoca que "se estabeleçam barreiras de classe para o acesso à cultura"

Varias personas en un concierto
Varias personas en un concierto

De um tempo a esta parte, comprar entradas para o concerto de um artista de primeira linha converteu-se num calvario: preços inflados (aos que há que acrescentar conceitos como as despesas de gestão), meses e meses de antelación, bichas on-line e exposição às fraudes quando se opta pela reventa.

Agora, o ministro de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, tem anunciado que o Governo pretende "proibir a reventa de entradas por um preço superior ao original mais ao IPC". Esta prática, tem afirmado, "é abusiva, especulativa, que faz que se estabeleçam barreiras de classe para o acesso à cultura". Por isso, se uma entrada se revende a um preço superior ao regulado, a transacção considerar-se-á ilícita.

Reforçar a protecção aos consumidores

A proposta se enmarca na Lei de Consumo Sustentável, cujo objectivo é "reforçar a protecção das pessoas consumidoras e do meio ambiente com medidas que promovem o consumo consciente e responsável e a promoção do reparo de bens, bem como assegurar uma informação clara e fiável sobre as características meio ambientais dos bens e serviços que consumimos".

Una persona hace una compra online (2)
Uma pessoa faz uma compra on-line / FREEPIK -

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Com tudo, o Ministério admite que a norma não é uma varita mágica que vá resolver todos os problemas de um plumazo. Assim, indicam que a medida "tentará combater a reventa atacando o benefício económico que supõe para os actores de mercado". Assim mesmo, a entidade presidida por Bustinduy explica que este novo limite se soma à proibição já vigente que sanciona o uso de bots para adquirir entradas de espectáculos culturais de forma em massa para revenderlas posteriormente.

"Não soluciona nada"

Em redes sociais, alguns utentes têm aplaudido a medida, enquanto outros se mostraram cépticos ou directamente têm manifestado seu descontentamento ou seu disconformidad. "Uma nova lei que não soluciona absolutamente nada. Até que os promotores não façam sua própria gestão da reventa das entradas, a reventa (e a fraude por isso) vai seguir sendo um problema", apontava um internauta em X.

"Por muita lei que tenha, vai seguir ocorrendo e vai seguir sendo uma fraude. Ao que tendes que meter mão é às despesas de gestão, que por comprar uma entrada, as ticketeras te cobram percentagens abusivas e não há controle sobre isso", denunciava outro.