Subida do SMI a 1.184 euros em 2025: quem se beneficia e daí passará com os impostos
O incremento, que representa um 4,4% com respeito ao ano anterior, supõe uma subida de 50 euros ao mês

O Conselho de Ministros tem aprovado a subida do Salário Mínimo Interprofesional (SMI) para 2025, fixando-o em 1.184 euros mensais em 14 pagas. O incremento, que representa um 4,4% com respeito ao ano anterior, supõe uma subida de 50 euros ao mês e beneficia a para perto de três milhões de trabalhadores de maneira retroactiva desde o 1 de janeiro.
O acordo tem sido assinado pela vice-presidenta do Governo e ministra de Trabalho, Yolanda Díaz, junto com os líderes sindicais Unai Surdo (CCOO) e Pepe Álvarez (UGT). No entanto, a patronal, que propunha um incremento menor de 3,4%, tem decidido não respaldar o pacto, argumentando que o aumento é excessivo e poderia afectar à competitividade empresarial.
Debate sobre a tributación do SMI
Apesar do aumento salarial, a incerteza sobre sua tributación no IRPF segue sem resolver-se. O Ministério de Fazenda, dirigido por María Jesús Montero, tem indicado que a decisão sobre se manter a isenção fiscal do SMI conhecer-se-á "quando se aprove a subida".

Algumas estimativas extraoficiales sugerem que, se os perceptores do SMI começam a tributar, a arrecadação poderia se situar entre os 1.000 e 2.000 milhões de euros anuais. Não obstante, desde Fazenda recalcan que não têm realizado um cálculo oficial ao respeito e minimizam o impacto da medida.
Os sindicatos defendem que continue sem tributar
Sindicatos e o Ministério de Trabalho defendem que o SMI continue sem tributar no IRPF, ainda que reconhecem que em algum momento deverá incorporar ao sistema impositivo.
Em qualquer caso, se o limite isento não se ajusta ao novo SMI, só um 20% dos beneficiários, isto é, uns 540.000 trabalhadores, teriam que tributar, já que o resto ficaria isento por deduções familiares e outras circunstâncias pessoais.
Impacto direto em mulheres e jovens
O novo salário mínimo impactará especialmente em mulheres e jovens. Segundo dados de CCOO, o 15% das trabalhadoras percebem este salário, em frente ao 8,5% dos homens.
Ademais, o 17% dos menores de 34 anos também beneficiar-se-á do incremento. Os sectores com maior presença de trabalhadores com SMI são a agricultura, o comércio e a hotelaria, onde predominam os contratos temporários.
Compromisso com a Carta Social Européia
O Governo reafirma seu compromisso de manter o SMI em ao menos o 60% do salário médio, em linha com a Carta Social Européia. Para isso, nos próximos dois meses abrir-se-á uma Mesa de Diálogo Social para a transposición da Diretora (UE) 2022/2041, que garantirá que o salário mínimo se adeqúe aos critérios europeus.
Também estudar-se-á a possibilidade de actualizar automaticamente os salários dos convênios coletivos afectados pelo SMI, assegurando seu cumprimento e retroactividad.
Desacordo com a patronal
Apesar de que a patronal tem participado na mesa de diálogo, finalmente tem decidido não subscrever o acordo, considerando excessiva a subida de 4,4%. Os empresários estavam dispostos a aceitar um aumento de 3,4%, mas a decisão do Governo de optar pelo limite superior da forquilha recomendada pelo comité de experientes tem motivado sua rejeição.

Por sua vez, os sindicatos defendem o incremento do SMI, assegurando que não existe evidência de que provoque destruição de emprego. "O dogma ultraliberal que diz que subir o salário mínimo destrói emprego é falso. Não há nenhum dado que o avale", tem afirmado Unai Surdo.
Um novo impulso aos salários
Yolanda Díaz tem destacado que este aumento salarial procura equilibrar a relação entre benefícios empresariais e salários, que nas últimas décadas se inclinou em favor do capital. "A riqueza que geram as empresas deve se repartir de forma equitativa entre os benefícios e os trabalhadores que a produzem", tem sentenciado a ministra.
Com esta medida, o Governo dá um passo mais em sua política de melhora das condições trabalhistas, depois da recente redução da jornada trabalhista. Agora, a atenção se centra na decisão sobre a fiscalidad do SMI, um tema que poderia gerar novas tensões dentro do Executivo nos próximos dias.