Subida do SMI a 1.184 euros em 2025: quem se beneficia e daí passará com os impostos

O incremento, que representa um 4,4% com respeito ao ano anterior, supõe uma subida de 50 euros ao mês

La ministra de Trabajo, Yolanda Díaz, junto con los líderes sindicales Unai Sordo (CCOO) y Pepe Álva
La ministra de Trabajo, Yolanda Díaz, junto con los líderes sindicales Unai Sordo (CCOO) y Pepe Álva

O Conselho de Ministros tem aprovado a subida do Salário Mínimo Interprofesional (SMI) para 2025, fixando-o em 1.184 euros mensais em 14 pagas. O incremento, que representa um 4,4% com respeito ao ano anterior, supõe uma subida de 50 euros ao mês e beneficia a para perto de três milhões de trabalhadores de maneira retroactiva desde o 1 de janeiro.

O acordo tem sido assinado pela vice-presidenta do Governo e ministra de Trabalho, Yolanda Díaz, junto com os líderes sindicais Unai Surdo (CCOO) e Pepe Álvarez (UGT). No entanto, a patronal, que propunha um incremento menor de 3,4%, tem decidido não respaldar o pacto, argumentando que o aumento é excessivo e poderia afectar à competitividade empresarial.

Debate sobre a tributación do SMI

Apesar do aumento salarial, a incerteza sobre sua tributación no IRPF segue sem resolver-se. O Ministério de Fazenda, dirigido por María Jesús Montero, tem indicado que a decisão sobre se manter a isenção fiscal do SMI conhecer-se-á "quando se aprove a subida".

La vicepresidenta primera y ministra de Hacienda, María Jesús Montero (i) y la vicepresidenta segund
A vice-presidenta primeira e ministra de Fazenda, María Jesús Montero (i) e a vice-presidenta segunda e ministra de Trabalho, Yolanda Díaz (d) / Gabriel Luengas - EP

Algumas estimativas extraoficiales sugerem que, se os perceptores do SMI começam a tributar, a arrecadação poderia se situar entre os 1.000 e 2.000 milhões de euros anuais. Não obstante, desde Fazenda recalcan que não têm realizado um cálculo oficial ao respeito e minimizam o impacto da medida.

Os sindicatos defendem que continue sem tributar

Sindicatos e o Ministério de Trabalho defendem que o SMI continue sem tributar no IRPF, ainda que reconhecem que em algum momento deverá incorporar ao sistema impositivo.

Em qualquer caso, se o limite isento não se ajusta ao novo SMI, só um 20% dos beneficiários, isto é, uns 540.000 trabalhadores, teriam que tributar, já que o resto ficaria isento por deduções familiares e outras circunstâncias pessoais.

Impacto direto em mulheres e jovens

O novo salário mínimo impactará especialmente em mulheres e jovens. Segundo dados de CCOO, o 15% das trabalhadoras percebem este salário, em frente ao 8,5% dos homens.

Ademais, o 17% dos menores de 34 anos também beneficiar-se-á do incremento. Os sectores com maior presença de trabalhadores com SMI são a agricultura, o comércio e a hotelaria, onde predominam os contratos temporários.

Compromisso com a Carta Social Européia

O Governo reafirma seu compromisso de manter o SMI em ao menos o 60% do salário médio, em linha com a Carta Social Européia. Para isso, nos próximos dois meses abrir-se-á uma Mesa de Diálogo Social para a transposición da Diretora (UE) 2022/2041, que garantirá que o salário mínimo se adeqúe aos critérios europeus.

Também estudar-se-á a possibilidade de actualizar automaticamente os salários dos convênios coletivos afectados pelo SMI, assegurando seu cumprimento e retroactividad.

Desacordo com a patronal

Apesar de que a patronal tem participado na mesa de diálogo, finalmente tem decidido não subscrever o acordo, considerando excessiva a subida de 4,4%. Os empresários estavam dispostos a aceitar um aumento de 3,4%, mas a decisão do Governo de optar pelo limite superior da forquilha recomendada pelo comité de experientes tem motivado sua rejeição.

Un trabajador que podría beneficiarse de la subida del Salario Mínimo Interprofesional (SMI) / EFE
Um trabalhador que poderia beneficiar da subida do Salário Mínimo Interprofesional (SMI) / EFE

Por sua vez, os sindicatos defendem o incremento do SMI, assegurando que não existe evidência de que provoque destruição de emprego. "O dogma ultraliberal que diz que subir o salário mínimo destrói emprego é falso. Não há nenhum dado que o avale", tem afirmado Unai Surdo.

Um novo impulso aos salários

Yolanda Díaz tem destacado que este aumento salarial procura equilibrar a relação entre benefícios empresariais e salários, que nas últimas décadas se inclinou em favor do capital. "A riqueza que geram as empresas deve se repartir de forma equitativa entre os benefícios e os trabalhadores que a produzem", tem sentenciado a ministra.

Com esta medida, o Governo dá um passo mais em sua política de melhora das condições trabalhistas, depois da recente redução da jornada trabalhista. Agora, a atenção se centra na decisão sobre a fiscalidad do SMI, um tema que poderia gerar novas tensões dentro do Executivo nos próximos dias.