Em que deves te fixar para evitar que ta cuelen com o turrón
Facua pede uma modificação da lei para garantir uma maior protecção aos consumidores, que muitas vezes não sabem o que compram
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O turrón não é só o alimento mais clássico do Natal: em muitos lares é o metrónomo deste período feriado, já que marca o início e o fim das festas. Seu preço disparou-se este Natal um 16%, impulsionado pela subida dos preços da almendra e do ovo, dois de seus principais ingredientes, tal e como reflete um estudo da Organização de Consumidores e Utentes (OCU). Com tudo, isso não tem feito que falte nas mesas.
Agora bem, à hora de optar por um ou outro convém revisar bem a etiqueta para não ser enganado. Neste sentido, FACUA-Consumidores em Acção tem solicitado ao Ministério de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030 que modifique a lei para garantir uma maior protecção aos consumidores com respeito à informação que se oferece sobre a composição e ingredientes destes produtos.
O etiquetado dos turrones resulta enganoso
Em suas análises, a associação tem comprovado que, a dia de hoje, se comercializam baixo a denominação de turrón toda uma série de produtos cuja composição "dista muito de assemelhar ao conteúdo tradicional que se associa a este doce navideño e cujo etiquetado resulta em muitos casos enganoso".

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Assim, é a cada vez mais comum a venda dos classificados na normativa como "turrones diversos" e cuja denominação comercial costuma destacar a um ingrediente que em muitos casos tem uma ínfima presença. São turrones, detalha Facua, nos que as almendras podem ser substituídas total ou parcialmente por outro fruto seco, leite, nata, café, cacau ou frutas.
O ingrediente principal
Por isso, o consumidor pode comprar um turrón concreto achando que seu principal ou um de seus principais ingredientes é o fruto seco que aparece na denominação ou a embalagem (de pistacho, por exemplo) quando não é assim em absoluto.
O atual regulamento também não exige que se inclua no etiquetado a percentagem da cada um dos ingredientes que compõem estes turrones diversos. Portanto, o consumidor encontra-se com a impossibilidade de saber exactamente que percentagem da cada coisa está a ingerir. Assim, Facua pede que se obrigue aos fabricantes a indicar a percentagem de todos e a cada um dos ingredientes que compõem o turrón além de estabelecer umas percentagens mínimas de frutos secos.

Almendra e mel puro de abejas
Os turrones de qualidade tendem a ter uma maior percentagem de almendra e mel puro de abejas que de açúcar ou outros ingredientes. "E quando dizemos maior percentagem é que mínimo o 70% de um turrón de qualidade deve ser Almendra e mel", detalham desde Turrones A Colmena.
Assim mesmo, se a percentagem de azeite de palma ou de manteca de karité, de arroz inflado ou de aditivos emulsionantes como lecitinas (E322) e agentes de textura (E471 e E476) é muito elevado, o turrón poderia ser de má qualidade.