As promotoras imobiliárias pronostican outros quatro anos de subidones no preço da moradia
o CEO de Neinor Homes, Borja García-Egotxeaga, tem apostado por pôr mais casas no mercado como fórmula para conter preços

O futuro pinta muito negro para os consumidores que se estejam a propor comprar uma casa: os preços da moradia mantêm-se elevadísimos e a inflação, ainda que moderou-se, não tem deixado de reduzir o poder adquisitivo, o que em muitas ocasiões faz que poupar o suficiente para uma entrada, especialmente em cidades grandes, seja missão impossível.
Por se este panorama não fosse o suficiente desalentador, agora, as promotoras imobiliárias têm alertado de que às subidas de preço muito acima do IPC, da ordem de 10% ou o 11%, no mercado imobiliário lhes fica um percurso de "quatro anos".
Percurso de quatro anos
Assim se expressou o conselheiro delegado da plataforma de gestão de projectos imobiliários Culmia, Francisco Pérez, durante sua participação numa jornada imobiliária organizada pelo Economista. "Às subidas ficam-lhe um percurso de quatro anos, para depois situar-se no que seria normal, subidas sobre a inflação, ou um pouco mais", tem manifestado o diretor.

Por sua vez, o executivo de Metrovacesa, Jorge Pérez de Leza, tem apontado que a subida de preços que se deu até agora não é sustentável. Ao respeito, o CEO de Neinor Homes, Borja García-Egotxeaga, tem apostado por "pôr mais moradia no mercado como fórmula para conter preços", após assinalar que "não é a obra nova a que está a marcar o preço da moradia em Espanha".
Empresas chinesas
Por último, em outra ordem de coisas, o presidente de Via Ágora tem chamado a atenção sobre o facto de que existam "empresas chinesas de industrialização que estão com o foco posto em Espanha".
"Estão com o foco posto em Europa, mas em nosso país também, e a ver se nos vamos encontrar com uma empresa chinesa que vai fazer não sê quantos milhares de moradias num momento determinado", tem advertido Gómez-Pintado.

Os preços, em máximos
O preço da moradia usada em Espanha experimentou uma subida interanual de 12,8% durante o mês de maio, situando-se nos 2.391 euros por metro quadrado, segundo o último índice de preços imobiliários de Idealista.
De acordo com o portal imobiliário, este preço é o mais alto desde que tem registros. Ademais, implica uma subida de 5,3% nos últimos três meses e de 1,7% com respeito ao mês anterior. Por regiões, a Comunidade de Madri (24,3%) liderou as subidas, seguida de Canárias (18,2%), a Região de Múrcia (18,1%), a Comunidade Valenciana (17,5%) e Andaluzia (14,3%).