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Cataluña prestará dinheiro aos jovens para pagar a entrada de sua primeira casa, sem interesses

A medida procura facilitar o acesso à propriedade e ampliar o parque residencial asequible com carácter permanente

El presidente de la Generalitat, Salvador Illa, durante su intervención en un foro organizado por E
El presidente de la Generalitat, Salvador Illa, durante su intervención en un foro organizado por E

O Govern de Cataluña põe em marcha uma das iniciativas mais ambiciosas da legislatura para combater o acesso desigual à moradia entre os jovens.

O presidente da Generalitat, Salvador Illa, tem anunciado a aprovação de uma nova linha de financiamento público: os chamados Empréstimos Emancipación, uma medida que pretende facilitar a compra do primeiro inmueble a menores de 35 anos, e ao mesmo tempo, ampliar de forma estrutural o parque de moradia protegida da comunidade.

500 milhões em empréstimos

A proposta, que destinará 500 milhões de euros até 2029, consiste em conceder empréstimos sem interesses para cobrir o 20% do valor da moradia –isto é, a tradicional "entrada" que não costuma estar incluída nos créditos hipotecarios–.

Dos personas observan los anuncios de viviendas en venta en una inmobiliaria
Dois jovens observam os anúncios de moradias em venda numa imobiliária / Tomás Moya - EP

Segundo detalhou Illa durante o V Foro Empresarial organizado por eleconomista.es no CaixaForum de Barcelona, os beneficiários não terão que começar a devolver esse dinheiro até que finalize o prazo de seu hipoteca, o que outorga uma margem financeira notável durante os primeiros anos de vida independente.

Emancipación juvenil e moradia pública

Para além do objectivo evidente de fomentar o acesso dos jovens ao mercado imobiliário, o Govern tem introduzido um matiz estrutural: as moradias adquiridas através desta ajuda passarão a fazer parte do parque de moradia protegida de maneira permanente. Isto significa que, se no futuro o inmueble se vende, seu preço ficará limitado ao de compra, evitando a especulação e garantindo sua função social em longo prazo.

Assim, o empréstimo não só será um veículo de emancipación juvenil, sina também uma fórmula para nutrir o ecossistema de moradia asequible em Cataluña, um objectivo que Illa definiu como prioritário para atingir regulares europeus. Os beneficiários seguirão tendo que abonar aproximadamente um 10% do valor do inmueble em conceito de impostos, e poderão financiar o 80% restante mediante uma hipoteca convencional.

Mais moradia pública no horizonte

Esta medida soma-se ao ambicioso plano da Generalitat para construir até 50.000 moradias públicas de aqui a 2030, para o qual já se comprometeram 1.450 milhões de euros. Em colaboração com 226 prefeituras, identificaram-se 665 solares públicos onde poder-se-ão edificar mais de 21.000 moradias de aluguer asequible, o que representa quase a metade do objectivo global.

O plano reserva um 25% destas novas moradias para jovens e um 8% para pessoas em situação de vulnerabilidade. Ademais, o Institut Català de Finances (ICF) apoiará a execução do projecto com 500 milhões de euros em créditos dirigidos a promotores que participem na construção das moradias nestes terrenos, tanto públicos como privados.

Um giro de timão em política habitacional

A medida apresentada não só supõe um alívio económico imediato para muitos jovens, sina que marca uma mudança de paradigma: a Generalitat aposta por uma fórmula inovadora de política habitacional que combina apoio financeiro direto, blindagem do património público e dinamização do mercado com fins sociais.

Num contexto onde o preço da moradia segue sendo um escollo quase insalvable para as novas gerações, a iniciativa do Govern de Illa promete ser uma das apostas mais determinantes do próximo lustro.