Mosqueo com a app de 'carsharing' Wible: "Cobram 5 euros sozinho por cadastrar-te"
A companhia, que opera em Madri, não oferece nenhuma vantagem ou compensação aos clientes que pagam esta quantidade

Wible é uma das muitas empresas de carsharing que operam em Madri. Oferece a possibilidade de encontrar um carro próximo através do móvel, reservar ao instante e usá-lo sem documentações nem bichas. Além de dar serviço na almendra central da capital, a companhia opera no norte, até Mirasierra, bem como em Sanchinarro, Alcobendas ou no Shopping Moraleja Green.
Sua frota está composta por carros KIA Niro, Xceed e Ceed Touerer, todos híbridos enchufables. Diz ser a companhia que oferece o veículo mais seguro do carsharing zero emissões, com 5 estrelas Euroncap (European New Car Assessment Programme, 'Programa Europeu de Avaliação de Automóveis Novos'). Outra de suas vantagens é a facilidade do registro, que, segundo o site, "só levar-te-á cinco minutos".
Cobrança de 5 euros
Conquanto a comodidade parece innegable, o que tem chirriado a alguns utentes é que a quota de registro para poder utilizar Wible é de 4,99 euros. Outros aplicativos também carregam montes similares, mas, em compensação, oferecem algum tipo de vantagem ao cliente. Por exemplo, Zity tem uma "quota de alta" de 4,99 euros, mas presenteia aos utentes recém validados 10 euros para sua primeira viagem. Em mudança, em GoTo (agora Guppy) a quota de alta é gratuita, como também sucede em Volt.

"Ia fazer-me uma conta e surpreendeu-me. Parece-me bastante louco que te cobrem 5 euros pelo simples facto de meter teu correio e te criar uma conta. Com 5 euros que saquem da cada um… Ademais, minha noiva se criou uma conta faz tempo e não lhe pediram esse custo, de modo que é uma medida nova", conta a Consumidor Global B. Rosado. A cobrança aparece ao final, quando já se introduziram os dados e o utente se criou a conta.
"Decepcionante cobrar taxas pelo registro"
No foro de valorações Trustpilot, Wible não atinge as 40 reseñas, mas o descontentamento por esta cobrança também está presente. "Decepcionante cobrar taxas pelo registro ou alta. Atenção: Cadastrar no serviço custa 4.99 euros e não te avisam disso. Quando vi o aponte bancário, me descadastrei e passei à concorrência, que o alta é grátis. Que forma mais tonta de espantar clientes. Cobrar sem utilizar o serviço. Que jetas", diz um utente descontentamento, conquanto é verdadeiro que a companhia avisa, ainda que seja ao final.
"Terrível experiência. Cobram-te 4.99 euros sozinho por cadastrar no aplicativo e nem sequer podes consumir esse dinheiro usando um carro. Outras apps, como por exemplo Volt, não cobram por se cadastrar", coincide outro condutor.

"Não há nenhum tipo de atenção ao cliente"
Em Google Play, Wible tem uma pontuação de 3,9 estrelas sobre 5 (algo menos que Volt ou Muvon Carsharing) e também neste lugar aparecem reproches a essa cobrança inicial de 5 euros: "Ainda não tenho reservado nenhum carro, só tenho feito log in, lhes mandei minha carteira e RG, tenho metido meu cartão e já me cobraram 5 euros porque sim. Não há nenhum tipo de atenção ao cliente... totalmente desprotegido o comprador", valoriza um utente.
Esta cobrança incómodo não parece que tenha afectado negativamente ao sucesso da empresa: Wible fechou no ano 2024 com um resultado bruto de exploração (Ebitda) positivo por segundo ano consecutivo e com uma facturação por seus serviços de carsharing de 6,93 milhões de euros, um mais 5%.
Fortaleza do modelo de negócio
"Nossos resultados durante o exercício 2024 refletem a fortaleza de nosso modelo de negócio e nossa capacidade de adaptação a um meio dinâmico. Seguimos comprometidos com a mobilidade, a inovação e a excelência em nossos serviços para gerar valor a nossos clientes", assegura o conselheiro delegado de WiBLE, Alberto Gómez.
Este meio tem contactado com a companhia para perguntar por que se cobra em conceito de quota de registro, mas, ao termo deste artigo, não tem obtido resposta.