O comprador paga o 100% do carro elétrico: os concesionarios recusam adiantar as ajudas

O consumidor deverá pagar o preço íntegro devido à delicada situação financeira dos vendedores faz inviable antecipar os descontos do futuro Plano Auto+

Coche expuesto en un concesionario   EP
Coche expuesto en un concesionario EP

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Apesar de que o Ministério de Indústria ultima o Plano Auto+ (o sucessor do Plano Moves III) com a intenção dayudar à compra de veículos elétricos em Espanha, os concesionarios têm lançado um aviso definitivo: não têm capacidade para adiantar o dinheiro das subvenções.

Segundo informação do O Economista, as patronales do sector têm transmitido ao Governo que a baixa rentabilidade das redes de venda faz impossível replicar a escala nacional o modelo de sucesso que se aplicou depois da DANA em Valencia.

O comprador paga primeiro: adeus ao desconto direto

A principal consequência para o utente é direta. Toca pagar primeiro e reclamar depois. A diferença do ocorrido com o plano de emergência Reinicia Auto+ na Comunidade Valenciana, onde os concesionarios descontaban a ajuda da factura assumindo o custo temporariamente, o novo Plano Auto+ nacional não conta com esse mecanismo de financiamento privado.

El Gobierno y el sector del automóvil presentan el Plan Auto 2030 / Eduardo Parra - EP
O Governo e o sector do automóvil apresentam o Plano Auto 2030 / Eduardo Parra - EP

Na prática, isto significa que quem compre um carro elétrico ou híbrido enchufable em 2025 deve desembolsar o preço íntegro do veículo (que ronda os 25.000 euros em media nos modelos de acesso). Posteriormente, é o comprador quem deva esperar a que a Administração aprove a solicitação e realize o rendimento. O objectivo do Governo é que esta devolução não tarde mais de um mês, tentando apagar a má imagem do atual Plano Moves III, onde os atrasos superam no ano e meio.

Por que se negam os concesionarios?

A negativa não é um capricho, sina uma questão de sobrevivência financeira. Segundo os dados recolhidos pelo Economista, a situação da rede de concesionarios é alarmante:

  • Perdas generalizadas: o 26,2% dos concesionarios (quase 3 em cada 10) fecharam o terceiro trimestre em perdas.
  • Margens mínimas: a rentabilidade média do sector é de mal um 1,38%, uma cifra que deixa sem margem de manobra às empresas para actuar como "banco" do Estado adiantando milhares de euros por operação.
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Desde Faconauto assinalam que, ainda que a gestão do novo plano melhore, "seria inviable propor que os concesionarios tenham que adiantar as ajudas com seus próprios recursos". Só algumas marcas específicas, como já têm feito MG, Tesla ou Volkswagen em campanhas pontuas, poderiam ter músculo financeiro para oferecer este progresso como estratégia de marketing, mas não será a norma geral.

Plano Auto+ vs. Plano Moves III

O novo esquema, que se espera para princípios de 2025, procura corrigir os erros do Moves III. Enquanto o sistema atual transfere fundos às comunidades autónomas (criando um pescoço de garrafa burocrático), o Plano Auto+ pretende centralizar a gestão para imitar a rapidez das ajudas da DANA.

No entanto, o sector adverte que o sucesso valenciano foi uma excepção pela urgência e o volume dimensionado. Estender esse progresso de dinheiro a todo o território nacional poria em risco a tesorería de milhares de PMEs do motor.