Correios volta a perder quota de mercado no envio de pacotes

A empresa pública vê como os novos operadores lhe ganham terreno no sector, que tem crescido um 20% em 2024 graças ao auge do comércio eletrónico

Un trabajador de Correos carga con paquetes y cartas   Marta Fernández   EP
Un trabajador de Correos carga con paquetes y cartas Marta Fernández EP

Correios tem voltado a enfrentar-se a uma dura concorrência no sector da paquetería.

Apesar de que a empresa pública tem aumentado seus envios e seus rendimentos, tem perdido quota de mercado em frente a outros operadores, segundo o último relatório da Comissão Nacional dos Mercados e a Concorrência (CNMC).

O auge do telefonema "último milha"

Em 2024, o envio de pacotes em Espanha cresceu um 20%, atingindo os 1.216,6 milhões de unidades, um dado que reflete o grande auge do comércio eletrónico. Os rendimentos do sector também se dispararam, superando os 6.600 milhões de euros, um 10,2% mais que no ano anterior.

Un trabajador atiende a un cliente en una oficina de Correos / Rober Solsona - EP
Um trabalhador atende a um cliente num escritório de Correios / Rober Solsona - EP

No entanto, este crescimento não tem beneficiado a todos por igual. Correios tem visto como sua quota de mercado em paquetería se reduzia até o 17,5%, uma queda de quase dois pontos com respeito a 2023. Esta cifra está bem longe de 34,9% que manejava em 2018, o que evidência o impacto da crescente concorrência no sector. Na actualidade, existem mais de 4.300 empresas dedicadas à paquetería, muitas delas focadas no telefonema "último milha", que é a partilha direta ao cliente final.

Apesar da perda

Apesar da perda de quota, Correios não se ficou atrás. A empresa pública tem conseguido aumentar um 8,2% o número de envios de paquetería e um 6,2% seus rendimentos nesta actividade. Estes dados demonstram que, conquanto a tarta do mercado é a cada vez maior, Correios segue mantendo uma porção significativa.

No sector da paquetería, os rendimentos por pacote situaram-se em 5,48 euros, um 8,1% menos que no ano anterior. Esta redução deve-se, em grande parte, à popularidade das entregas em pontos de conveniência ou bilheteiras, que costumam ser mais económicas que a partilha a domicílio.

O correio tradicional segue à baixa

Enquanto o segmento de paquetería cresce sem parar, o correio tradicional, como o envio de cartas, segue sua declive. Em 2024, o envio de cartas caiu um 6%, o que supõe um menos 64% desde 2015. O relatório da CNMC destaca que o 80% dos interrogados não envia cartas a particulares, o que evidência a mudança nos hábitos de comunicação.

Neste segmento, Correios também tem visto como sua quota de mercado se reduzia até o 83,8%, um mínimo histórico. A perda de envios de cartas por parte da empresa pública tem sido de 8%, enquanto outros operadores têm conseguido ganhar terreno.