Correios presume de motos elétricas e os utentes estoiram: "Há pessoal para conduzí-las?"

O anúncio da nova frota sustentável da empresa choca com as queixas dos clientes pelos atrasos, a falta de pessoal e a qualidade do serviço

Las nuevas motos de Correos   CORREOS
Las nuevas motos de Correos CORREOS

Correios tem anunciado com orgulho a incorporação de 800 novas motocicletas elétricas a sua frota, uma medida que, segundo a empresa, reforça seu compromisso com a sustentabilidade.

No entanto, o anúncio tem provocado uma onda de críticas nas redes sociais, onde os consumidores têm estoirado com queixas sobre o serviço, desde atrasos nas entregas até a falta de pessoal.

Uma notícia que não se recebeu com entusiasmo

A empresa pública, em colaboração com as companhias Nuuk e SEG Automotive, tem comunicado através de seus perfis sociais que sua frota de veículos sustentáveis já supera os 4.000, a convertendo numa das maiores de Espanha.

Una oficina de Correos colapsada este martes 5 de agosto / CONSUMIDOR GLOBAL
Um escritório de Correios colapsada nesta terça-feira 5 de agosto / CONSUMIDOR GLOBAL

A iniciativa, que procura reduzir as emissões e optimizar as operações de partilha, não tem sido recebida com o entusiasmo que Correios esperava.

A brecha entre o anúncio e a realidade

Enquanto Correios celebra esta meta ecológica, as respostas dos utentes em redes sociais desenham um panorama muito diferente.

As queixas acumulam-se e refletem a frustración de muitos clientes que se sentem desatendidos.

Atrasos, reclamações sem resolver e falta de pessoal

As críticas centram-se em problemas recorrentes. Um utente tem questionado directamente na rede social X: "Há pessoal para conduzir essa moto?", um comentário que sublinha a percepção de que a empresa investe em veículos enquanto descuida as necessidades básicas de sua plantilla.

Paquetería en un centro de Correos / EP
Paquetería num centro de Correios / EP

Outra utente relata sua calvario como pessoa com mobilidade reduzida. Paga as despesas de envio para receber pacotes em seu domicílio, mas encontra-se com que os repartidores não entregam os pacotes e os depositam em pontos de recolhida, o que a obriga a pagar um táxi para os recolher. "Não têm vergonha. Graças por nada", conclui, mostrando sua indignação.

"Pára quando as furgonetas para os rurais?"

Os atrasos são outro dos grandes problemas. Um cliente afectado, assinala em X que seu pacote leva desde o 8 de agosto em estado de "em entrega" sem chegar, apesar de ter uma reclamação aberta e ter chamado em repetidas ocasiões.

A estas queixas unem-se as dos repartidores rurais. Um utente pergunta: "Pára quando as furgonetas para os rurais?". Este comentário destaca a desconexão entre o investimento em veículos elétricos urbanos e as necessidades das zonas rurais, onde se requer outro tipo de equipamento.

Debate sobre a eficiência e o impacto ecológico

Além das críticas ao serviço, o anúncio tem aberto um debate sobre a sustentabilidade real das novas motocicletas.

Ainda que a maioria dos utentes centram-se no serviço, alguns põem em dúvida a rentabilidade e o impacto ambiental em longo prazo destes veículos, argumentando que "consomem mais e são mais contaminantes em longo prazo que uma Vespino regular".