Telefónica poupar-se-á 600 milhões de euros graças ao ERE

A companhia cifra em 2.500 milhões de euros o custo do ERE, o que supõe quase 455.000 euros por trabalhador

Vista de la sede de Telefónica
Vista de la sede de Telefónica

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Telefónica estima que o expediente de regulação de emprego (ERE) terá um custo de uns 2.500 milhões de euros (dantes de impostos), segundo tem informado através da Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV).

Assim, o ERE afectará a sietes sociedades do grupo. Segundo as estimativas da empresa sairão ao redor de 5.500 pessoas. Para as sociedades de Telefónica Espanha e Movistar Plus+ a provisão será de ao redor de 2.300 milhões de euros, enquanto para as unidades corporativas --conhecidas como GBU's-- serão 200 milhões de euros.

Poupança milionária em 2028

"As poupanças anuais média de despesas diretas no grupo estimam-se próximos a 600 milhões de euros a partir de 2028. Desmembrado, as poupanças anuais serão de ao redor de 500 milhões de euros em Telefónica Espanha e Movistar Plus+ e de ao redor de 60 milhões de euros em unidades corporativas", tem indicado a companhia.

La fachada de un edificio de Telefónica / EUROPA PRESS
A fachada de um edifício de Telefónica / EUROPA PRESS

Não obstante, o impacto na geração de caixa do ERE, o qual se assinou nesta segunda-feira com os sindicatos, será positivo já desde 2026, ao igual que a captura de poupanças, dado que a saída de empregados se estima que terá lugar já desde o primeiro trimestre de 2026.

Um mais 20% caro que o ERE de 2024

Em caso que cumpram-se as estimativas de Telefónica quanto ao volume de saídas, o custo por trabalhador situar-se-á, em média, em quase 455.000 euros, um 20% mais que os 380.000 euros do ERE anterior, que se fechou em janeiro de 2024.

Fachada del edificio de Telefónica en la Gran Vía EUROPA PRESS
Fachada do edifício de Telefónica na Grande Via EUROPA PRESS

Cabe assinalar que o mínimo de saídas será de 4.525 e que o máximo dependerá da quantidade de adesões voluntárias que se produzam ao final. Assim mesmo, a poupança média anual para a empresa no ERE assinado situa-se nuns 600 milhões de euros a partir de 2028, mais do duplo em comparação com os 285 milhões de euros anuais do processo de despedimento coletivo anterior.

Acordo assinado

Telefónica e os sindicatos têm assinado nesta segunda-feira, 22 de dezembro de 2025, os acordos para os expedientes que afectarão a sete filiais do grupo. No último momento reduziu-se a afetação em Telefónica Global Solutions, Telefónica Inovação Digital e Telefónico S.A. (sociedades conhecidas como as GBU's), pelo que o volume mínimo de saídas no processo de despedimento coletivo se reduziu a 4.525.

O processo de solicitação de adesão voluntária ao ERE arrancará o próximo 29 de dezembro para as filiais amparadas no Convênio de Empresas Vinculadas (CEV), isto é, Telefónica de Espanha, Telefónica Móveis e Telefónica Soluções, e estender-se-á até o próximo 26 de janeiro.

Prazos para solicitar o ERE

O prazo também abrir-se-á o 29 de dezembro para as GBU's, mas terminará depois, o 29 de janeiro, enquanto em Movistar+ o período começará o 7 de janeiro e acabará o 6 de fevereiro.

Quanto ao desmembre da afetação do ERE, no caso das filiais do CEV divide-se do seguinte modo: 2.925 pessoas para Telefónica de Espanha (quase o 33% de uma plantilla de 8.892 empregados), 720 em Telefónica Móveis (20% de um total de 3.587) e 120 em Telefónica Soluções (quase um 11% do total de 1.118 efetivos), o qual suma um total de 3.765 baixas.

Condições económicas

Quanto às indemnizações, a proposta da empresa para todas as filiais contempla uns trechos de renda para os nascidos entre 1969 e 1971 de 68% do salário regulador até os 63 anos e de 38% a partir de então, com exceção de que em Movistar+ não entram os nascidos em 1971.

Una tienda de Movistar / EL MIRADOR DE BURGOS
Uma loja de Movistar / O OLHADOR DE BURGOS

Em tanto, os nascidos entre 1965 e 1968 tendrán um 62% até os 63 anos e um 34% a partir de então, enquanto para os nascidos em 1964 e anteriores as percentagens situam-se no 52% até os 63 anos e no 35% a partir de então.

Requisitos para aderir-se ao ERE

Quanto aos requisitos para poder aderir-se de forma voluntária ao ERE, no caso das filiais do CEV precisam-se 15 anos de antiguidade durante a vigência do processo (se for o caso até o 31 de dezembro de 2028). Para as GBU's (Telefónica Global Solutions, Telefónica Inovação Digital e Telefónico S.A.) precisam-se 13 anos de antiguidade, conquanto a duração temporária do procedimento de despedimento coletivo será, como máximo, até o 31 de dezembro de 2026.

Ademais, no caso das GBU's acrescentam-se primas de voluntariedad em função da antiguidade na empresa que oscilam entre os 5.000 e os 18.000 euros, o duplo que a forquilha dentre 2.500 e 9.000 euros proposta em reuniões anteriores. Mais especificamente, para os que tenham menos de 8 anos de antiguidade serão 5.000 euros; entre 8 e 12 anos (7.000 euros); entre 12 e 16 anos (9.000 euros); entre 16 e 20 anos (12.000 euros); entre 20 e 24 anos (15.000 euros) e mais de 24 anos (18.000 euros).