Mitos e verdades sobre o ayuno intermitente
Se não se pratica correctamente, pode provocar perda de massa muscular, recuperação do peso, fadiga crónica, dor de cabeça, sensação de frio ou falta de concentração

O ayuno intermitente é uma prática que tem ganhado muita popularidade nos últimos anos até converter numa tendência dietética. Entre outros, famosos como Hugh Jackman, Elsa Pataky ou Joaquín Prat têm afirmado ter incorporado esta pauta a seu dia a dia. Convém precisar que não oferece resultados milagrosos e que não é para todo mundo, mas, se se segue correctamente, os benefícios podem ser notáveis.
Tal e como explica Leila Touil Satour, enfermeira, pedagoga e professora de ciclos formativos sanitários na Generalitat de Cataluña, muitas pessoas recorrem a este método com o objectivo de perder peso, mas em alguns casos isto pode incrementar a angústia e o estrés.
Supervisão de um profissional
"Ademais, não todos os corpos reagem igual ante esta estratégia: se faz anos que se provaram múltiplos dietas sem sucesso, iniciar um ayuno sem supervisão profissional pode acabar gerando mais frustración", alerta Touil no blog da Universitat Oberta de Cataluña (UOC).

Esta experiente explica que a modalidade mais comum de ayuno intermitente é a de 16/8, que consiste numa restrição alimentar durante 16 horas, seguida de um período de 8 horas para a ingestão de alimentos. Deste modo, às 12-24 horas e dependendo da actividade física efectuada, o corpo "emprega as reservas de glucógeno e utiliza as gorduras como fonte de energia eficiente para os músculos e o cérebro, reduzindo os níveis de glucosa em sangue e diminuindo as vontades de comer".
Benefícios do ayuno intermitente
Os principais benefícios que se podem obter com o ayuno intermitente, expõe Touil, "estão vinculados a diminuir a inflamación e o dano oxidativo, além de optimizar a protecção celular e o metabolismo energético".
De facto, em investigações com animais observou-se que pode ajudar a prevenir doenças cardíacas, neurodegenerativas, diabetes e cancro. Assim mesmo, o ayuno contribui a diminuir a obesidad, a hipertensión, a artritis e o asma, propiciando mudanças relevantes nas vias metabólicas e os processos celulares: contribui a eliminar células deformadas ou envelhecidas do organismo.

Riscos se não se pratica bem
Pelo contrário, se não se pratica correctamente, alerta Touil, pode provocar "perda de massa muscular, recuperação do peso, fadiga crónica, dor de cabeça, sensação de frio, estreñimiento, halitosis, falta de concentração, irritabilidad, mal-estar emocional e hiperfagia intensa".
Esta experiente sublinha a importância de fazer-se uma analítica sanguínea prévia para valorizar a viabilidade do ayuno. As pessoas que não contam com um diagnóstico prévio "com frequência não calculam a quantidade de kilocalorías exatas que requerem na janela das 8 horas e acabam não se nutrindo adequadamente, além de desenvolver problemáticas secundárias ao déficit calórico não controlado".
Mulheres e desportistas
Ademais, "se uma mulher realiza um ayuno na fase dantes da regra ou durante a regra, a progesterona não se segregará devidamente". Na mesma linha, os desportistas devem ter especial cuidado: podem desenvolver síndrome da deficiência energética, o que a sua vez está estreitamente relacionado com a osteoporosis e as fracturas.

"O ayuno intermitente não é para todo mundo, concretamente é perigoso em pessoas com infrapeso, pessoas com problemáticas graves de desnutrición, meninos, adolescentes, mulheres em período de lactancia, pessoas que estão baixo tratamento farmacológico, pessoas diabéticas de tipo I, pessoas com transtornos alimentares, com hipertiroidismo não controlado, pacientes oncológicos, com demência, insuficiência cerebrovascular, renal e/ou hepática", lista a experiente no citado blog.
Conselhos importantes
Por último, Touil aconselha manter uma boa hidratación, não se saltar comidas, comer de maneira equilibrada, realizar actividade física suave ou moderada, descansar de forma adequada, estacionar os ecrãs e tratar de reduzir o estrés.
Em conclusão, tal e como afirma a nutricionista de Policlínica Gipuzkoa Eider Sánchez, "o ayuno intermitente não é mágico nem milagroso, sina uma estratégia nutricional mais".