O mareo de AllZone: três meses de atraso para entregar um móvel e dá longas com o reembolso
A empresa indica a um utente que tem pedido explicitamente que lhe devolvam seu dinheiro que devem chamar desde o departamento correspondente

AllZone é uma problemática loja on-line especializada na venda de dispositivos eletrónicos como smartphones, computadores, tablets, smartwatches ou televisores. Desde o mês de março, Consumidor Global tem seguido de perto os problemas relacionados com demora-las excessivas, a não recepção de produtos e as dificuldades para obter reembolsos que têm denunciado muitos clientes desta empresa. Demasiados clientes.
Neste sentido, a publicação do artigo As histórias por trás dos 1.197 afectados por AllZone: "Tenho perdido todo meu salário do mês" provocou que chegassem muitas outras queixas ao buzón deste meio. E é que, longe de cortar a hemorragia das incidências, a empresa persiste em suas práticas turbias.
Demora na entrega
E são turbias porque, em general, as lojas on-line devem entregar os produtos comprados num prazo máximo de 30 dias desde a data de compra-a, a não ser que lembre-se o contrário entre o vendedor e o comprador.
Um dos consumidores que tem comprovado como este prazo se alarga é R. Solé, que o passado 12 de abril comprou em AllZone o móvel Realme 14 Pró, um terminal pelo que pagou 248,03 euros. "Era a primeira vez que comprava em AllZone (e a última). Comprei por acaso ao comparar opções", indica a este meio. Decorridos três meses, não tem recebido o telefone nem a devolução de seu dinheiro, apesar de ter reclamado "infinidad de vezes".
"Não fazem nada"
"Sempre é o mesmo rollo. Dizem-me que o passam ao departamento correspondente, mas não fazem nada", assegura. Este meio tem podido revisar a retahíla de mensagens automáticas que AllZone enviou a este afectado quando protestou. Ao princípio disseram-lhe que trabalhavam "para responder a sua solicitação o dantes possível", mas essa pretendida prontitud parece uma farsa.
Mais adiante, o 29 de abril, AllZone pediu desculpas a Solé. "Sentimos o ocorrido, actualmente temos um grande volume de pedidos e por causa disto os pedidos se estão a demorar em seu processo logístico, estimamos que a entrega seja meio ao 16/05, mas poderia ser dantes. Se deseja manter à espera, agradecemos-lhe a confiança; caso contrário, pode solicitar a cancelamento desde sua área de cliente no apartado Meus Pedidos", diziam.
Um problema "pontual"
Ademais, agregavam que a situação era "pontual" e que estavam a trabalhar "para a solucionar o dantes possível". No entanto, em maio o terminal também não chegou.
No dia 26 desse mês, AllZone arguyó que o pedido de Solé ainda estava "pendente de ser recolhido por GLS". Devido a "atrasos no processo logístico", justificavam, não tinha sido possível "efectuar a recolhida até o momento, o que tem gerado um atraso na entrega". A companhia pedia ao cliente "paciência" e assegurava-lhe que, "uma vez GLS recolha o pedido, receberás um correio eletrónico com a informação do envio e poderás fazer o rastreamento desde tua área de cliente, utilizando o número de rastreamento correspondente". Por último, agradeciam-lhe por seu entendimento.
Cancelamento do pedido
Mas Solé já não se fiava, de modo que solicitou a cancelamento do pedido e a devolução de seu dinheiro. E, de novo, AllZone mareó a perdiz. "O móvel comprei-o a Vds., e remetem-me a GLS, que não conheço, nem me interessa. Levo esperando mais de mês e meio, parece-me uma demora incrível. Reitero que, se não podem o enviar, reintegrem o custo", contestou, tajante.
A seu requerimento, a empresa optou pelos rodeos e por esticar os tempos: o 11 de julho disseram-lhe que deviam chamar do departamento correspondente, no que existiam "atrasos", para "finalizar o processo". "Temos-lho reclamado para que lhe chamem o dantes possível", agregavam.
"Tenho sido defraudado"
"Estamos em meados de julho. Não creio poder recuperar meu dinheiro. Tenho assumido que tenho sido defraudado", lamenta Solé.
O verdadeiro é que AllZone, para se curar em saúde, indica a seus clientes que podem existir mudanças de estado, demoras nas entregas "em promoções especiais, ofertas especiais, ou por temporalidad, como Black Friday e o Cyber Monday, onde existe um alto volume de vendas, o que pode demorar um pouco nossa logística habitual. Esta demora pode estender num prazo de 30 dias naturais sobre nossa média de entrega". Muitos artigos estão em oferta, de modo que a companhia sabe jogar bem suas cartas… mareando a multidão de clientes que não têm nem seu dinheiro nem o produto que creram ter adquirido numa transacção normal.
Este meio tem perguntado a AllZone como justificam este novo e lamentável episódio, mas, ao termo desta reportagem, não tem obtido resposta.