O turrón converte-se num luxo este Natal: sobe quase um 16%

O encarecimiento da almendra e do ovo empurra o preço do turrón de marca até os 33 euros por quilo, enquanto as marcas brancas contêm melhor a subida

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O turrón será este ano mais caro na mesa navideña. O preço deste doce típico tem-se encarecido para perto de um 16% com respeito ao passado Natal, empurrado principalmente pelo aumento do custo de dois de seus ingredientes finque: a almendra e o ovo, segundo um estudo da Organização de Consumidores e Utentes (OCU).

O relatório revela que o turrón de marca de fabricante se converteu praticamente num produto premium, com preços que atingem já os 33 euros por quilo. Em contraste, as marcas brancas mantêm um custo sensivelmente inferior, em torno dos 15 euros por quilo, menos da metade.

Maior aumento nos turrones de fabricante

A análise da OCU baseia-se na evolução do preço de 107 referências de turrón tradicional —tanto duro (Alicante) como macio (Jijona)— e constata um incremento médio de 15,95% em comparação com dezembro do ano passado. Como resultado, o preço médio do quilo de turrón tradicional se situa já nos 23 euros.

Varias tabletas de Suchard, el turrón que se ha encarecido más de un 40% en los últimos dos años / Fotomontaje CG
Suchard, o turrón que se tem encarecido mais de 40% nos últimos dois anos

As subidas afectam de forma muito similar a ambos tipos de turrón: o duro regista um aumento de 15,8% e o macio de 16,1%. No entanto, as diferenças ampliam-se notavelmente quando se analisam os preços por marca. Enquanto as marcas brancas têm encarecido seus produtos um 9,4%, os turrones de fabricante têm subido em media um 24,3%.

O Lobo, o que mais se encarece

Entre as maiores alças destacam marcas como O Lobo, com incrementos superiores ao 50%, O Almendro em sua faixa Colheita Própria (37%), O Quijote (36%) e Rei (33%). No segmento de marca branca, sobresale especialmente o turrón macio de Aldi, cujo preço tem aumentado um 27%.

A principal explicação deste encarecimiento encontra-se no forte aumento do preço da almendra, o ingrediente fundamental do turrón. Segundo dados do Ministério de Agricultura, o custo da almendra com casca passou de situar-se entre 90 e 95 euros pela cada 100 quilos entre janeiro e agosto de 2024 a rondar os 120 euros em 2025, com bicos de até 138 euros em junho. Os armazéns refletem incrementos dentre o 15% e o 25% em variedades como Marcona, Largueta e Comuna. A OCU aponta que não existem causas claras que justifiquem esta subida para além de uma demanda elevada e possíveis movimentos especulativos.

Encarecimiento das matérias primas

A este contexto soma-se o encarecimiento do ovo. A clara de ovo, outro componente essencial na elaboração do turrón, tem visto como seu preço se disparava um 50% nos últimos seis meses, o que tem acrescentado pressão adicional sobre os custos de produção.

No lado oposto, o açúcar tem experimentado uma baixada de preço, ainda que seu efeito é limitado em frente ao peso da almendra no custo final. Ainda assim, observam-se diferenças entre produtos: os turrones sem açúcares acrescentados têm subido em media um 13,6%, em frente ao 16,6% dos elaborados com mel e açúcar, uma brecha que se explica em parte pela maior presença de opções sem açúcares acrescentados dentro das marcas brancas.

Ante este palco, a OCU aconselha aos consumidores comparar preços e optar por alternativas mais económicas para conter o impacto do encarecimiento do turrón no orçamento familiar durante estas festas.