Giro de 180 graus: Ryanair renova sua cúpula e altera para seu porta-voz em Espanha
Alejandra Ruiz conta com mais de 14 anos de experiência em comunicação corporativa e de crise, e tem trabalhado em consultoras como Atrevia

A princípios de setembro, Ryanair cumpriu suas ameaças e anunciou o fechamento de sua base no aeroporto de Santiago, além da cancelamento de todos os voos a Vigo e Tenerife norte. Dias depois, a companhia irlandesa foi para além e aseveró que se propunha recortar outro milhão de praças se Aena não baixava as taxas aeroportuarias, que considera excessivas e pouco competitivas.
Estes envites se enmarcan num contexto de choque frontal da aerolínea low-cost com o Governo espanhol. Assim, o ministro de Direitos Sociais, Consumo e Agenda 2030, Pablo Bustinduy, declarou que o modus operandi de Ryanair é "a ameaça e o chantaje".
A importância das taxas
Por sua vez, o ministro de Transportes, Óscar Ponte, arguyó que Aena e seu ministério não podiam estabelecer uma política de taxas "pensando nos benefícios da operadora Ryanair", à que acusou de "chantaje e extorsión".

A resposta de Aena foi durísima. "É difícil encontrar na história empresarial contemporânea outro caso como o de Ryanair no que a discordância entre a excelência operativa de uma companhia e a deshonestidad de sua política de comunicação seja tão espantosa", denunciou a entidade. Ademais, publicou que as exigências da companhia aos governos democráticos para obter vantagens económicas eram insolentes.
Política de comunicação
Assim mesmo, Aena desmentiu que Ryanair decidisse cancelar as rotas porque as tarifas em determinados aeroportos regionais lhe resultassem caras, já que as aerolíneas pagam só uns 2 euros por passageiro adicional (em frente a 10,35 euros em media nacional).
Baixo o ponto de vista de Aena, Ryanair translada seus aviões a grandes aeroportos para fixar preços mais altos e aumentar beneficiosa. "Não é verdade que Ryanair esteja genuinamente preocupada pelo bem-estar dos cidadãos espanhóis e a competitividade das regiões. O que quer Ryanair é, singelamente, ganhar mais dinheiro, ainda que seja sufragado pelo bolso dos contribuintes espanhóis", destacou a entidade.

Política de comunicação
"É uma pena, em fim, que a política de comunicação e de relações institucionais de Ryanair esteja guiada pelo fariseísmo, a má educação e o chantaje", concluiu Aena em seu demoledor comunicado.
Agora, Ryanair parece disposta a recolher a luva. A empresa tem nomeado a Alejandra Ruiz como nova chefa de Comunicação e porta-voz para o mercado espanhol, assumindo o cargo com efeito imediato. Ruiz já trabalhou em Ryanair entre 2017 e 2021, primeiro como chefa de Vendas e Marketing para Espanha e depois como chefa de Comunicação Corporativa, liderando o escritório de imprensa da aerolínea e dando apoio a 37 países de Europa e o norte de África.
Um perfil com experiência
Neste momento, Ruiz ocupava o cargo de diretora de Comunicação Corporativa em Kreab Espanha, onde tem dirigido o área de Public & Brand Awareness, centrada em marcas de consumo.
Assim, conta com mais de 14 anos de experiência em comunicação corporativa e de crise, tendo liderado projectos para Ryanair em Europa e várias marcas turísticas e de consumo em Espanha durante sua carreira em várias consultoras de comunicação como Atrevia ou Edelman. Numa nota de imprensa, Ruiz mostrou-se "encantada" de regressar "ao que foi seu lar" e "emocionada" por voltar a se unir a Ryanair num momento "de forte recuperação do tráfico aéreo e oportunidades de crescimento".