Sete em cada dez consumidores não lê as etiquetas dos alimentos no supermercado

Os espanhóis ignoram a informação nutricional das embalagens dos produtos

Consumidores observan los alimentos en un mercado de Sevilla MARÍA JOSÉ LÓPEZ EP
Consumidores observan los alimentos en un mercado de Sevilla MARÍA JOSÉ LÓPEZ EP

Os consumidores espanhóis não prestam atenção à informação nutricional dos alimentos no supermercado. Mais especificamente, o 70% admite que não lê as etiquetas dos produtos de maneira habitual.

Ao mesmo tempo, o 90% mostra-se preocupado por seus hábitos alimentares, segundo desprende-se do Estudo sobre o Uso e a Interpretação do Etiquetado de Alimentos, desenvolvido pela Fundação Espanhola da Nutrição a petição de Grupo Galo.

Etiquetados pouco claros

Para o 80% dos espanhóis, o etiquetado, que ajuda a saber que contém a cada alimento e em que percentagem, não proporciona uma informação "clara", pois "muitos termos são difíceis de entender". Tanto é de modo que só o 6,6% assegura os compreender.

Una mujer mira la etiqueta de un producto / FREEPIK - GPOINTSTUDIO
Uma mulher olha a etiqueta de um produto / FREEPIK - GPOINTSTUDIO

A presidenta da Fundação Espanhola da Nutrição (FEN), Rosaura Leis, tem explicado que "é crucial ter uma maior educação nutricional e proporcionar informação mais transparente e acessível para empoderar aos consumidores".

Quem lêem as etiquetas?

O estudo revela que "as mulheres com um alto poder adquisitivo e nível formativo são quem mais lêem as etiquetas, enquanto os jovens são os que menos o fazem".

Os motivos que levam aos jovens a ignorar as etiquetas dos alimentos passam por "a percepção de que não lhes contribui informação relevante para sua alimentação, além do tamanho da letra e a falta de tempo".

A postura de Grupo Galo

Ante este palco, o presidente executivo do Grupo Galo, Fernando Fernández, aponta que é "fundamental" que os consumidores possam entender facilmente a informação nutricional e os ingredientes dos produtos que adquirem.

La etiqueta de un producto de Grupo Gallo / CEDIDA
A etiqueta de um produto de Grupo Galo / CEDIDA

"Nós já estamos a levar a cabo este esforço, implementando etiquetas mais transparentes e compreensíveis", assegura o diretor.

Uma minoria lê sempre as etiquetas

Em Espanha, só um 32,9% dos consumidores reconhece consultar o etiquetado sempre ou quase sempre, enquanto um 45,6% o faz ocasionalmente, um 11,8% só com certos produtos e um 9,7% assegura não as ler nunca.

Não obstante, três em cada quatro admitem que a informação do etiquetado lhes influi muito (21,1%) ou bastante (53,6%) ao fazer a compra. Finalmente, um 16,5% expressa preocupação pela falta de informação útil nas etiquetas.

Por tipos de produto

Cabe destacar que a atenção que se presta às etiquetas varia segundo o tipo de produto, pois os consumidores se fixam mais no etiquetado dos produtos novos ou desconhecidos (74,8%), seguidos de alimentos embalados (63,7%) e alimentos processados ou ultraprocesados (57,6 %).

Em mudança, prestam menos atenção aos alimentos percebidos como saudáveis (29,3%), "provavelmente devido à confiança em sua qualidade percebida", segundo revela o estudo.

Prioridades de compra

O relatório conclui que, à hora de fazer a compra, os factores mais valorizados pelas famílias espanholas com filhos são o preço (65,6%) e aspectos nutricionais (60,8%); o sabor (46,4%); a recomendação de profissionais da saúde (20,7%); a marca (18,1%); a conveniência (15%); a sustentabilidade (10,7%) e as recomendações de outros utentes (5,8%).